Hepatectomia associada a ressecções multiviscerais: estudo comparativo dos resultados precoces e tardios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silveira Júnior, Sérgio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-23062021-101503/
Resumo: Introdução: As hepatectomias associadas à ressecção em monobloco de órgãos adjacentes são procedimentos complexos, que tem como objetivo a obtenção de margens cirúrgicas livres. No entanto, poucos estudos avaliaram as ressecções hepáticas multiviscerais (RHMs), desta forma, suas indicações bem como seus resultados ainda são controversos. Objetivo: Comparar os resultados perioperatórios e tardios de pacientes submetidos a RHMs com os de pacientes contemporâneos submetidos a hepatectomias isoladas. Métodos: Foram estudados a partir de um banco de dados prospectivo, pacientes adultos consecutivos submetidos a ressecções hepáticas entre 2007 e 2018 (1211 hepatectomias). Foi realizado estudo comparativo pareando 1 caso (RHM) com 2 controles (hepatectomia isolada). As variáveis pareadas foram sexo, idade e tipo de ressecção hepática. Adicionalmente, foi realizada análise de risco para avaliar o impacto das RHMs na morbidade e mortalidade perioperatórias, bem como na sobrevida tardia destes pacientes. Resultados: Durante o período do estudo, 53 RHMs foram comparadas com 106 controles. Os grupos foram homogêneos em relação às características clínico-epidemiológicas basais. Os pacientes submetidos a RHMs apresentaram maior tempo operatório (430 ± 144 vs. 359 ± 134 minutos, p = 0,005), maior perda sanguínea (991 ± 1492 vs. 507 ± 591 ml; p = 0,011), maior tempo de internação (13 ± 12 vs. 8 ± 6 dias; p = 0,003) e maior mortalidade perioperatória (9,4 vs. 1,9%, p = 0,042). Na análise temporal houve diferença na mortalidade apenas na fase inicial da experiência quando comparada aos pacientes submetidos à hepatectomia isolada: 2007-2010 (25 vs. 2,9%, p = 0,048), 2011-2014 (6,3 vs. 2,8%, p = 0,533), 2015-2018 (4 vs. 0%, p = 0,403). O número de órgãos ressecados não foi fator prognóstico independente para complicações maiores (Odds ratio [OR] 1 órgão = 1,8 [0,54-6,05]; OR >= 2 órgãos = 4,0 [0,35-13,84]) ou mortalidade perioperatória (OR 1 órgão = 5,2 [0,91-29,51]; OR >= 2 órgãos = 6,5 [0,52-79,60]). Não foi observada diferença na sobrevida global (p = 0,771) ou livre de doença (p = 0,28) entre os grupos. Conclusões: As RHMs são exequíveis, com morbidade semelhante às hepatectomias isoladas, cursando, no entanto, com maior mortalidade perioperatória, em especial na fase inicial da experiência. As RHMs oferecem resultados tardios semelhantes aos de pacientes submetidos à hepatectomia isolada, sendo opção de tratamento potencialmente curativo para pacientes selecionados com neoplasias localmente avançadas em centros especilaizados