Estudo das alterações placentárias de gestantes com síndrome antifosfolípide: correlações anátomo-clínicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Oliveira, Lenice Fortunato de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-13102014-105103/
Resumo: Objetivo: Avaliar as lesões placentárias encontradas em gestantes com SAF e correlacionar com as intercorrências na gestação e repercussões perinatais. Casuística e Método: Foram acompanhadas 72 gestantes com diagnóstico confirmado de SAF, excluídas gestações gemelares e fetos mal-formados. Colhida placenta para análise histológica. O grupo SAF foi distribuído em três subgrupos baseando-se na história clíncia prévia e títulos de aCL e aL, e o risco de desenvolver trombose e insuficiência placentária na gestação, a saber: moderado, A(n=20), alto risco, B(n=37) e alto risco C(n=15). As pacientes foram tratadas com AAS 100mg/dia, suspensa com 36 semanas, e heparina, cuja dose era modificada de acordo com alterações na dopplervelocimetria obstétrica. Anotadas as intercorrências materno-perinatais e os achados no estudo anátomo-patológico das placentas com a aplicação de protocolo terapêutico. Um grupo de 32 gestantes normais serviu de controle. No subgrupo A, as pacientes não apresentavam colagenoses, outras trombofilias nem trombose prévia. No subgrupo B, 17 (46%) tinham LES;15(40%) fenômeno de Raynaud; 13(35%) toxemia; 12(32%) trombose prévia; nove (24,3%) outras trombofilias associadas e sete (19%) HAC. No subgrupo C, 14(93%) tinham tido trombose anterior, 4 (26,6%) LES e 2 (13,3%) outras trombofilias. As perdas fetais prévias eram 86,8%, 83% e 82,7% para subgrupos A, B e C, respectivamente. A média de início pré-natal foi de 11,8 semanas sem predominância entre os grupos. O início de AAS e heparina foi em média de 12,3 e 14,5 semanas de gestação respectivamente, igual nos subgrupos. Resultados: 1. As principais complicações maternas na média geral, foram: TPP (49,3%) e toxemia (25%). 2. Os resultados perinatais apresentaram: partos prematuros 44%; ILA diminuído 41%; SFA 40%; RCF 34%; oligoâmnio 31%.(1) e (2) semelhantes entre os subgrupos e com significância estatística com o grupo-controle. 3. A idade gestacional no parto foi em média de 35,8 semanas, e peso fetal 2493g, sem diferença estatística entre os subgrupos e grupo-controle. 4. Na análise microscópica predominou infartos com 60% das placentas afetadas, correlacionadas com alta incidência de resultados adversos nas gestações, assim como hiperplasia da camada média de ATV, 44,6%, com predomínio de RCF (60%) e prematuros (80%) no subgrupo C, necrose fibrinóide do trofoblasto com predomínio de ILA diminuído (60%) no subgrupo B, deposição maciça de fibrina perivilosa com predomínio de SFA (100%) no subgrupo A, vasculopatia trombótica fetal com predomínio de SFA (100%) e prematuros (75%) no subgrupo A e RCF (77%) no subgrupo B. Todas as lesões com significativa estatística em relação ao grupo-controle. Entre os subgrupos, a deposição maciça de fibrina perivilosa apresentou estatística significativa no subgrupo C em relação aos demais. 5. Conclusões: O protocolo terapêutico foi eficaz, porém ainda é elevado o índice de morbidades na gestação.A alta incidência de infartos e outras complicações trombóticas na placenta confirmam a agressão placentária e a necessidade de adequação nos protocolos de anticoagulação