Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Miranda, Marcella |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-14082020-203448/
|
Resumo: |
Essa tese doutoral tem o objetivo de estudar a relação entre a prática da política e o pensamento político na Época Moderna, a partir da análise dos discursos de três embaixadores da Monarquia Hispânica na França, na segunda metade do século XVI. Parte-se do pressuposto de que os conflitos sucedidos entre os dois reinos, que ocorreram majoritariamente por causa da diferença sobre a questão religiosa, colocaram em evidência dois modelos políticos opostos. O ideal da República Cristã, liderada no âmbito temporal pela Monarquia Hispânica e encabeçada pelo pontífice, encontrava uma série de resistências em sua projeção sobre o reino francês, cujo ápice foi a tentativa de Felipe II de coroar a infanta Isabel Clara rainha da França. Nesse contexto, nossa investigação será centrada em três diplomatas que foram nomeados para apresentar a candidatura da princesa espanhola: Juan Bautista de Tassis (1530-1610), Lorenzo Suárez de Figueroa, II duque de Feria (1559-1607) e Diego de Ibarra (? -1626). O trio foi encarregado de expor e representar o projeto na reunião dos Estados Gerais convocados pela Liga Católica. A partir da documentação analisada, pretende-se investigar as ideias políticas elaboradas por estes agentes, com ênfase no debate em torno das linguagens da razão de Estado, para compreender a relação entre esse conjunto de ideias e o pensamento político mais amplo. Por fim, buscaremos entender como a teoria e a prática se imiscuíam diante dos desafios intelectuais impostos pela violência das guerras de religião na França, em especial a necessidade de encontrar uma solução politique que colocasse em pauta o problema da tolerância. Foi nesse cenário tumultuado que se propagaram as linguagens da razão de Estado, que tinham como núcleo da reflexão a identificação dos meios de promover a conservação do Estado. Dissemos linguagens porque, na prática, o discurso da razão de Estado adquiriu vários matizes, sendo apropriado e adaptado tanto pelos católicos, radicais ou moderados, como também pelos protestantes. Do ponto de vista da Monarquia Hispânica, os discursos dos embaixadores supracitados nos permitem compreender como, no governo da monarquia, foram sendo construídas e pensadas distintas resoluções para o problema da divisão confessional e da obediência política. Foi precisamente a partir dessa práxis, impregnada pela marca maquiaveliana, que ocorreu a delimitação dos vocábulos e emergiu a conceituação da razão de Estado. |