Ambiente de prática profissional e Burnout em instituições hospitalares no contexto da pandemia da COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Andrade, Luciene Mantovani Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-08122023-164351/
Resumo: O ambiente de trabalho interfere na qualidade e na segurança do cuidado fornecido, bem como situações e transformações no mundo do trabalho são precursoras do burnout, afetando a qualidade do serviço e o bem-estar geral dos profissionais de saúde, especialmente durante a pandemia da COVID-19. Esse estudo buscou analisar o ambiente da prática profissional, e os níveis de Burnout percebido pelos enfermeiros e explorar a associação entre o ambiente de prática profissional e a Síndrome de Burnout (SB) de instituições hospitalares no contexto pandêmico. Trata-se de um estudo observacional, analítico, transversal, realizado nas unidades de internação clínicas e cirúrgicas de uma instituição hospitalar de grande porte, a população constituída por 187 enfermeiros assistenciais, na maioria mulheres (80,6%). Utilizou-se questionários autoaplicáveis e as variáveis de interesse foram mensuradas pelos instrumentos, Practice Environment Scale (PES) - Versão brasileira, e pelo Inventário de Burnout de Copenhagen (Copenhagen Burnout Inventory - Brazilian version- CBI-Br), características demográficas foram coletadas. Verificou-se que a instituição hospitalar estudada é um local de trabalho misto, pontuando o PES em 2,5 em duas subescalas. O valor médio do total das escalas CBI-Br foi ligeiramente inferior ao ponto médio (50), indicando que os enfermeiros não experienciam o Burnout, sendo limítrofe (47,9). Houve associação significativa na análise bivariada entre as subescalas da PES, e as variáveis sexo com o teste de associação pelo x2, sendo a participação dos enfermeiros na discussão dos assuntos hospitalares (p=0,017), fundamentos de enfermagem voltados para a qualidade do cuidado (p=0,008), adequação da equipe e de recursos (p=0,035), habilidade, liderança e suporte dos coordenadores (p=0,022). Para o instrumento o CBI e o sexo utilizando o mesmo teste de associação indicou diferença significativa, em todas as subescalas Burnout Pessoal (BP) (p<0,001), Burnout relacionado ao Trabalho (BT) (p=0,001), Burnout relacionado ao Colega (BC) (p=0,031). O teste Mann-Whitney indicou associação significativa entre o tempo de experiencia na instituição para as subescalas BC (p=0,031). Houve ainda associação significativa entre todas as subescalas do PES e do CBI por meio do teste de associação pelo x2. Ambientes considerados não favoráveis para a prática profissional, independente da subescala da PES, apresentaram quantitativo maior de profissionais que experienciavam o BT e o BP, menor BC nos ambientes considerados favoráveis. Para estatística inferencial, foi utilizado o teste de correlação de Spearman, que indicou correlação significativa e negativa entre as cinco subescalas do PES, e os três domínios do CBI-Br (p < 0,001 em todos os casos), logo quanto maior participação dos enfermeiros nos assuntos hospitalares, maior o uso de fundamentos de enfermagem para a qualidade do atendimento, melhor a capacidade dos gerentes de enfermagem, liderar e apoiar os enfermeiros e equipe, quanto mais adequado forem os recursos e melhores as relações entre enfermeiros e médicos, ocorre redução dos níveis de Burnout em relação ao trabalho, colegas e pessoal. Constatou-se assim que o ambiente de trabalho do enfermeiro está associado a presença do Burnout e que medidas que aprimorem o ambiente de trabalho das instituições podem suportar e garantir o bem-estar da enfermagem nas instituições de saúde.