Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Moller, Gisele |
Orientador(a): |
Magalhães, Ana Maria Müller de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/254533
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Resumo: |
Evidências científicas demonstram que a enfermagem está exposta a elevada carga de trabalho, altas taxas de absenteísmo, turnover, insatisfação com o trabalho e exaustão emocional. Na terapia intensiva esse cenário pode apresentar-se de maneira mais acentuada devido à complexidade assistencial inerente ao campo. Nesse contexto tem-se buscado compreender o “ambiente da prática de enfermagem”, que é definido pelos fatores organizacionais que facilitam ou dificultam a realização do trabalho da equipe de enfermagem. Tendo em vista que esses fatores são capazes de afetar a qualidade de vida do indivíduo e repercutir na qualidade do cuidado e que, apesar dos esforços empreendidos para identificar essas variáveis, ainda há lacunas nesta área do conhecimento, o objetivo principal do estudo consiste em avaliar se a presença de características favoráveis ou desfavoráveis dos ambientes de prática de enfermagem repercute em resultados assistenciais e gerenciais, bem como no burnout entre trabalhadores de enfermagem atuantes em Unidades de Terapia Intensiva. Estudo transversal, correlacional e descritivo, realizado em dois hospitais com diferentes contextos, um público e outro privado no Rio Grande do Sul. A população compreendeu todos os profissionais de enfermagem (enfermeiros e técnicos de enfermagem) trabalhando no período de coleta de dados nas unidades de terapia intensiva das instituições e a amostra foi de 296 profissionais, sendo 180 profissionais no hospital público e 116 profissionais no hospital privado. A coleta de dados deu-se por meio de um questionário, semiestruturado e autopreenchido e composto de três partes: a primeira com perguntas sociolaborais e com métricas de intensidade sobre a satisfação no trabalho, segurança do paciente, qualidade do cuidado e intenção de deixar o emprego; o ambiente de prática foi avaliado através do Nursing Work Index Revised; e o burnout foi avaliado pelo Inventory de Burnout de Maslach, instrumentos traduzidos e validados para a cultura brasileira. O período de coleta de dados ocorreu entre outubro de 2018 a março de 2019. Os aspectos éticos foram contemplados, Nº CAEE 96309418.2.1001.5327. Os achados evidenciaram ambientes favoráveis em ambas as instituições, no entanto, com resultados frágeis na subescalas autonomia, controle e suporte organizacional no hospital privado. As correlações demonstraram que quanto melhor o ambiente de prática de enfermagem maior foi a satisfação e realização profissional, além de menor a exaustão emocional dos enfermeiros e técnicos de enfermagem participantes da pesquisa. As subescalas suporte organizacional, autonomia e controle do ambiente obtiveram correlações fortes e moderadas com a satisfação profissional e quanto melhor foi a avaliação do controle do ambiente pelos profissionais, melhor também foi a percepção de segurança do paciente para os mesmos. A prevalência da síndrome de burnout entre enfermeiros foi de 1 (2,5%) no hospital público e 2 (9,1%) no hospital privado. Entre os técnicos de enfermagem a prevalência foi de 13 (9,5%) e 8 (8,5%), respectivamente, sem diferença significativa entre as duas instituições. Os indicadores assistenciais e gerenciais demonstraram-se piores no hospital privado em relação às taxas de infecção de corrente sanguínea associada a cateter venoso, pneumonia associada à ventilação mecânica, turnover e absenteísmo, na comparação com o hospital público. Esse estudo demonstrou correlações moderadas e fortes entre ambientes favoráveis ao ambiente de prática de enfermagem com melhor percepção de segurança do paciente e qualidade do cuidado pelos profissionais, além de maior satisfação profissional, realização profissional e menor exaustão emocional. Além disso, evidenciou que controle do ambiente e autonomia são pontos críticos para os profissionais e repercutem na satisfação profissional e segurança do paciente, nos remetendo à importância de avaliar outros fatores das instituições, estrutura e processos que possam melhorar as condições laborais para a equipe enfermagem e para a segurança dos pacientes. |