Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Felipe Mendes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-05102022-145248/
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Resumo: |
A arte nipo-brasileira é uma expressão artística formada a partir de um processo de hibridização, como o próprio nome já evidencia. Em 1998, Tomie Ohtake e Haroldo de Campos produziram juntos um álbum caligráfico-poético-pictórico composto por doze gravuras em metal, nas quais, sobre criações abstratas que a artista plástica desenvolveu a partir de poemas do poeta, este transcreveu seus versos. Intitularam a obra y-gen . Em japonês, o termo ygen ( ) é usado para fazer referência a uma concepção estética antiga, introduzida no Japão há muitos séculos, e cujas traduções interlinguais mais aceitas dialogam com as noções de charme sutil, beleza profunda, elegância suave, dentre muitas outras. Com isso em mente, este estudo é dedicado, em um primeiro momento, a um percurso historiográfico dessa palavra, desde a China, passando por diversas mudanças de sentido ao longo dos anos, por meio de sua introdução no arquipélago japonês. Com desafios complexos postos às múltiplas traduções interlinguais, intertemporais e interculturais dessa ideia, recorremos às proposições da semiótica peirceana sobre a primeiridade sígnica, e da semiótica lotmaniana no que toca a semiosfera e as relações fronteiriças. Essas discussões teóricas fundamentam nosso percurso até chegar à tradução transcriativa desenvolvida por Haroldo de Campos. Em meio às circunstâncias de produção das gravuras, também contextualizamos a antropofagia, a poesia concreta e o abstracionismo no Brasil, bem como a arte nipo-brasileira e o trabalho em conjunto de Tomie e Haroldo anterior a esse álbum. Analisamos, assim, o processo transcriativo apresentado na obra, não apenas de uma aura estética do signo ygen , mas também de diversos elementos culturais japoneses que compõem as temáticas da obra verbo-visual dos artistas. A partir da realização do estudo, foi possível confirmar como são multifacetadas e repletas de desafios as traduções de elementos estéticos, originados em espaços culturais e tempos específicos, como já nos apontara Julio Plaza (2013). Apesar de complexas, essas operações são possíveis e estão acontecendo a todo instante, diversas e ricas, explosivas nos termos de Lotman , geradoras de novos textos culturais, enriquecidos a partir da experiência dialógica não aniquiladora, mas geradora de um novo espaço culturalmente híbrido, capaz de fazer nascer uma expressão transcultural e polissêmica |