As metamorfoses do triângulo: estruturas de relacionamento amoroso nos romances de Marguerite Duras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Roy, Karina Ceribelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-17012011-134242/
Resumo: O objetivo da tese é estudar, em um primeiro momento, as transformações do triângulo amoroso nos romances de Marguerite Duras que retratam uma crise conjugal: Le Marin de Gibraltar (1952), Les Petits chevaux de Tarquinia (1953), Moderato Cantabile (1958), Dix Heures et demie du soir en été (1960) e Le Ravissement de Lol V. Stein (1964). Esses romances colocam em cena um casal cuja separação é provocada pela chegada de um desconhecido. Essa terceira pessoa forma então um novo par com um dos membros do casal anterior. Em algumas dessas obras, aquele que ficou só se torna a terceira pessoa e passa a olhar o casal recém constituído. A originalidade do triângulo amoroso em Marguerite Duras está no fato de que esta terceira pessoa, contemplando o nascimento de um novo amor, não sofre com a perda do parceiro, nem sente ciúme; ao contrário, sente prazer em ver, ao invés de amar. Assistir a esse encontro lhe proporciona um arrebatamento. Em um segundo momento, veremos que essa estrutura triangular remete aos romances familiares nos quais se encontra o triângulo amoroso original: La Vie tranquille (1944), Un Barrage contre le Pacifique (1950), LAmant (1984), La Pluie dété (1990) e LAmant de la Chine du Nord (1991). Nessas obras, o casal é formado por dois irmãos e a terceira pessoa, pelo amante. Como o coito fraterno é ilícito, a terceira pessoa pode ser um substituto possível do irmão. Outro recurso encontrado é o voyeurismo. Unir-se ao irmão não é lícito, porém a possibilidade de ver o irmão ou a irmã juntar-se a uma terceira pessoa permite ao voyeur viver o amor proibido. Assim, esta tese pretende demonstrar como a cena primitiva, que retrata o amor incestuoso nos romances familiares, reaparece disfarçada em triângulos amorosos nos romances que representam a crise conjugal.