O \"camera eye\" oswaldiano: o cinema em Pau Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Savella, Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-01112024-135629/
Resumo: O propósito desta dissertação é explorar relações entre duas artes distintas, a poesia e o cinema, tal como são expressas em alguns poemas de Pau Brasil (1925), obra de Oswald de Andrade (1890-1954). Concretização estética de seu Manifesto da Poesia Pau Brasil (1924), Pau Brasil representa um momento decisivo no desenvolvimento do Modernismo Brasileiro. Nessa obra, Oswald propõe um estilo de poesia sintético e fragmentário, associado a inovações assimiladas das vanguardas europeias, bem como a um olhar renovado para a diversidade e originalidade da cultura, da história e do linguajar brasileiros. Alguns modernistas, assim como alguns intérpretes posteriores da obra de Oswald, relacionaram seu estilo literário, seus procedimentos e efeitos com aqueles do cinema, então uma arte nova, ressaltando a identidade do cinema e da poesia de Oswald com as transformações técnicas da modernidade urbana e industrial. De modo a examinar e discutir aspectos ainda pouco explorados de tais aproximações, propõe-se aqui analisar Pau Brasil considerando a forma como o cinema é tematizado em alguns poemas do livro, verificando de que modo certas características desse meio artístico são assimiladas e transformadas pelo escritor em elementos poéticos e estruturantes. Algumas análises apontam ainda para um papel importante na obra do cinema documental silencioso, especialmente os travelogues ou filmes de viagem, servindo como um modelo possível para a poesia de Oswald. O poeta parece privilegiar formas menos valorizadas do cinema de seu tempo, como os filmes de viagem, de forma consequente com a diretriz modernista de um novo balanço temático, quebrando os limites tradicionais entre artes, temas e estilos diversos