Livraria Francesa e Difel: economia do livro, sociabilidade literária e pensamento universitário em São Paulo (1947-1982)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Marchetti, Fabiana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-17072024-151109/
Resumo: A presente tese se dedica à história da Livraria Francesa e da editora Difusão Europeia do Livro (Difel), \'empresas-irmãs\' fundadas por Paul-Jean Monteil em São Paulo, respectivamente, nos anos de 1947 e 1951. O objetivo do trabalho será discutir o lugar dos empreendimentos nos circuitos que dinamizavam a economia do livro paulistana, diante do processo de metropolização vivido pela capital em meados do século xx. Nesta conjuntura, destacam-se as atividades organizadas em torno da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFLC-USP) e as iniciativas de seus membros para se postularem como protagonistas das transformações deste meio intelectual e urbano. Na esfera da circulação, a livraria se consolidará como um estabelecimento de referência na difusão de mercadorias importadas da França devido ao prestígio que o país europeu detinha junto à intelectualidade local, sobretudo, entre os universitários. Além de consumir os livros, este público também fará dela um espaço de sociabilidade e trocas profissionais que estimularão M. Monteil a diversificar seus investimentos, dirigindo-se à produção editorial. Assim, ele cria a Difel e inicia suas atividades com um programa de traduções de obras francesas que incorpora os recém-formados da FFCL-USP na condição de tradutores e revisores. Em seguida, ao avançarem nas etapas de sua profissionalização universitária, estreitando relações com o livreiro-editor, os mesmos se tornam autores dos projetos da editora dedicados às discussões sobre a história e a formação social do Brasil. Diante disso, demonstraremos como a Difel e a Livraria Francesa representam o papel do mercado de livros na construção dos meios para a tomada de consciência desta comunidade acadêmica sobre sua identidade enquanto grupo, e para que seus integrantes viabilizem alguns dos mecanismos transmissores de seus princípios, de seus debates, de suas obras e de sua autoridade como representantes de um novo sistema intelectual, ou uma forma de pensamento, que se forma em torno da universidade