A dimensão educativa da luta de mulheres por moradia no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carvalho-Silva, Hamilton Harley de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02052019-154938/
Resumo: Essa pesquisa, de caráter eminentemente qualitativo, trata dos processos de socialização política de mulheres militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em São Paulo e tem por objetivos: (i) apreender de que modo tais mulheres adquiriram, ao longo de suas trajetórias de vida, disposições para o engajamento político e, no mesmo sentido, (ii) compreender como são interiorizadas e transmitidas, na experiência do próprio movimento, novas disposições para a defesa e ação em causas coletivas; (iii) analisar as especificidades das práticas educativas propiciadas pela dinâmica e organização do MTST e, finalmente, (iv) investigar a posição das mulheres militantes na organização desse movimento. A pesquisa volta-se, portanto, para as (pré)disposições resultantes de processos de socialização anteriores à entrada no movimento e que contribuíram para tal engajamento (tais como família, escola, bairro, igreja) de um lado e, de outro, para as novas disposições que se desenvolvem por meio de diferentes processos formativos e de socialização política dessas mulheres no interior do próprio movimento. O MTST embora seja identificado como movimento de luta por moradia, é um movimento social que defende transformações sociais mais profundas, que vão além da reforma urbana e da luta contra a especulação imobiliária. Atualmente, o MTST é constituído por cerca de 40 mil famílias que vivem em algum tipo de ocupação, além das famílias que, mesmo não vivendo em terrenos ou imóveis ocupados, participam das atividades do movimento, tais como manifestações públicas, assembleias e curso de formação política, tendo em vista conquistar também sua casa própria. Praticamente a totalidade dessas famílias apresentam propriedades sociais que, num primeiro momento, poderiam ser consideradas desfavoráveis à participação e ação política dado as precárias condições de vida a que estão submetidas. Porém, tais características não parecem ser definidoras do engajamento haja visto que muitos dos movimentos sociais têm sua origem em parcelas empobrecidas da população. Os procedimentos metodológicos foram constituídos nas seguintes etapas: (i) observação das ocupações, das assembleias, cursos e reuniões, em especial, as atividades desenvolvidas no Casarão (sede do MTST em São Paulo); (ii) escolha dos depoentes para realização de entrevistas em profundidade e (iii) análise dos dados tendo em vista desvendar as especificidades das dimensões educativas envolvidas nos processos de socialização e engajamento político.