A desdemocratização e seus contramovimentos no Brasil: da revolta bolsonarista à política popular do MTST

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Scerb, Philippe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-28062022-190442/
Resumo: Diante da compreensão corrente de que o populismo de direita é a principal ameaça à democracia contemporânea, esta tese busca deslocar o debate para enxergá-lo como consequência do processo de desdemocratização por que têm passado os regimes liberais. Em outras palavras, argumenta-se que a ascensão de lideranças reacionárias é uma resposta de setores médios e populares ao desaparecimento de mecanismos capazes de assegurar algum grau de igualdade política e soberania popular. No Brasil, o bolsonarismo deve ser entendido, a despeito de seu caráter autoritário e de sinalizar a ampliação das desigualdades sociais, como um contramovimento à consolidação de um sistema pós-democrático. Mais do que simples reação conservadora à experiência lulista, ele ganha força à medida que se apresenta como alternativa a um sistema que desclassifica as pessoas comuns e é impermeável à sua participação. Com efeito, o lulismo é entendido aqui a partir de uma natureza ambivalente e responsável tanto por ampliar a democracia brasileira quanto por esvaziar as expectativas de seu aprofundamento. Por fim, um ensaio informado pela observação participante da luta do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ilustra os limites e o potencial de uma saída radical e progressista para a crise da ordem liberal.