População de Mansonia humeralis (Diptera: Culicidae), sob o impacto de inundação da Represa Porto Primavera, Município de Presidente Epitácio, São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Paula, Marcia Bicudo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-26022019-161900/
Resumo: Objetivo. Conhecer os aspectos ecológicos e biológicos da população de Mansonia humeralis em área sob impacto de inundação da Represa Porto Primavera, Município de Presidente Epitácio, Estado de São Paulo, Brasil, visando contribuir no entendimento da capacidade vetora desta população. A dominância dessa população entre outras espécies de culicídeos, que compõem a fauna local, representa preocupação em saúde pública, diante da possibilidade de transmissão de agentes patogênicos e de incômodo à população humana. Métodos. No sítio JB, culicídeos adultos foram coletados mensalmente por 15 meses, em cada um dos períodos anterior e posterior às duas inundações da Represa Porto Primavera, e por 24 meses após a 2ª inundação, na fazenda Santo Antônio. As técnicas de coleta utilizadas foram Aspiração pela manhã, Técnica Atrativa Humana de 24 horas, Armadilha de Shannon, Armadilha CDC e Técnica Atrativa Humana em torno do crepúsculo vespertino. Foram levadas em conta as influências de temperatura e chuva na variabilidade temporal da população estudada. Para a análise do impacto ambiental na população de Ma. humeralis foram utilizados índices de riqueza, diversidade, dominância, abundância e similaridade, testes estatísticos paramétricos, não paramétricos e correlação. Para a atividade hematofágica horária foi calculada a média de Williams, para a dispersão do raio de vôo a média harmônica e o modelo de regressão linear simples e para a paridade o qui-quadrado. Resultados. No sítio JB, no período do pré-impacto, Ma. humeralis representou 3,1%. No período pós-impacto após a 1ª inundação Ma. humeralis representou 59,6% e após a 2ª inundação 53,8%, indicando expressiva dominância dessa espécie e redução da riqueza e diversidade dos outros culicídeos. Houve maior densidade populacional de Ma. humeralis no outono e inverno no pré-enchimento, no inverno e na primavera após a 1ª inundação e na primavera após a 2ª inundação. Ma. humeralis posicionou-se entre as espécies mais abundantes e foi similar na fauna do período pós-impacto. A atividade hematofágica de Ma. humeralis foi nas 24 horas, mas de maior freqüência no intervalo do 1º pós-crepúsculo e das 18:00 às 24:00 horas. Na fazenda Santo Antônio a maior densidade populacional de Ma. humeralis ocorreu no verão e na primavera e as médias de riqueza, diversidade e dominância foram próximas aos valores encontrados no pré-enchimento do sítio JB, com a Armadilha de Shannon no crepúsculo vespertino. Em relação a paridade Ma. humeralis apresentou mais fêmeas oníparas no outono. Ma. humeralis apresentou baixa dispersão no raio de vôo. Conclusões. Com a construção da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera e o represamento do Rio Paraná, estudos realizados em Presidente Epitácio, na margem esquerda do mesmo e do Rio do Peixe, mostraram redução na diversidade e riqueza da fauna adulta Culicidae, vista pela aplicação de diferentes técnicas de coleta. A dominância de Ma. humeralis mostrou que o impacto ambiental ocorrido na área favoreceu seu desenvolvimento indicado pela sua abundância e sua permanência na fauna similar, após a inundação. As densidades mais elevadas para Ma. humeralis, associada as plantas aquáticas, parece estar ligada com as águas renováveis dos grandes reservatórios. Evidenciou-se tendência antropofílica e atividades hematofágicas predominantemente crepuscular e noturna para Ma. humeralis. A baixa dispersão no raio de vôo encontrada em Ma. humeralis, não permite concluir que esta população não se dispersaria para maiores distâncias em busca de fontes sangüíneas. É relevante o monitoramento de certas populações de culicídeos favorecidas pela formação de represas, uma vez que há exposição freqüente do homem às margens dos rios, devido às atividades de pesca, caça, lazer e moradia.