Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Melandri, Vanessa Cristina Rezende |
Orientador(a): |
Guimarães, Anthony Érico da Gama |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26628
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Resumo: |
Com a finalidade de conhecer aspectos da biologia e da ecologia de mosquitos (Diptera: Culicidae) em áreas do Pantanal Matogrossense, onde esses conhecimentos eram escassos para a maioria das espécies ou mesmo inexistentes para outras tantas, foram realizadas capturas bimestrais, diurnas e noturnas, em quatro diferentes pontos, ao longo de 24 meses consecutivos, entre Março de 2009 até Janeiro de 2011. Foram capturados 17.533 espécimes, abrangendo duas subfamílias, nove gêneros e 44 espécies. Os culicíneos, com cerca de 78% dos espécimes encontrados, foram mais numerosos do que os anofelinos, com destaque de Culex nigripalpus que representou 25% do total de mosquitos capturados. De maneira geral, a fauna de culicídeos apresentou maior distribuição sazonal nos períodos quentes e chuvosos, apresentaram correlação positiva com os fatores abióticos: temperatura, umidade relativa do ar e pluviosidade, em especial com o último, exceto Mansonia titillans, que, assim como os anofelinos, não apresentaram correlação com esses fatores climáticos, estando influenciados pelos mecanismos de alagamentos regionais. As principais espécies de culicídeos encontradas no Pantanal Matogrossense, demonstraram forte compatibilidade ecológica com ambientes bem preservados e com algum dos biótopos específicos encontrados em, pelo menos, um dos quatro pontos de coleta selecionados Anopheles evansae, An. rondoni e An. matogrossensis apresentam melhor distribuição em ambientes com as características mais silvestres. An. darlingi, An. albitarsis e An. triannulatus em ambientes com grandes coleções d\2019água e com maior fluxo antrópico. Cx. nigripalpus e Cx. quinquefasciatus apresentam favoritismo por ambientes com fragmentos de mata e com forte ação e movimentação humana. Cx. declarator e Psorophora albigenu, os mais ecléticos, em áreas silvestres e com alguma ação antrópica. Ma. titillans esteve relacionada a ambientes com grande variedade de criadouros naturais adequados ao seu desenvolvimento, onde a cobertura das áreas alagadas por macrófitas é um dos componentes naturais do bioma pantaneiro. As interferências do período de cheias na densidade populacional de anofelinos é intensamente vantajosa, com explosão de incidência total de anofelinos no período de formação de grandes alagados. As espécies da Subfamília Culicinae são fortemente favorecidas em abundância durante o período de cheia na região, em especial o gênero Culex. Ma. titillans apresenta resistência ao período de estiagem, com boa representação nas coletas iniciais do período de seca, enquanto a vegetação aquática ainda é abundante, oferecendo local para postura dos ovos A dinâmica ambiental é regulada pelo pulso de inundação, segundo o qual, os períodos de cheias e secas alternadas constituem o principal fator que rege a ecologia da fauna e flora locais, em que o período de cheias contribui para maior riqueza e diversidade de espécies de culicídeos e o período de estiagem para maior equitabilidade na distribuição dos espécimes entre as espécies. A estação de cheias no Pantanal, entre os meses de novembro e maio, é o período em que ocorre maior abundância de culicídeos, a população humana que adentra a região nesta época está sujeita a um maior contato com mosquitos vetores, que podem veicular agentes causadores de doenças como os arbovírus, em especial o vírus causador da Febre do Oeste do Nilo, detectado no presente estudo por soropositividade em equinos e aves residentes. |