Consumo alimentar doméstico em populações caboclas assentadas em três diferentes ambientes amazônicos: uma análise comparativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Bakri, Maissa Salah
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41131/tde-09042010-101135/
Resumo: A Amazônia tem sido palco de inúmeras discussões acerca do papel que o meio ambiente desempenha na estruturação das sociedades humanas. Até recentemente, na maior parte das discussões sobre a natureza das limitações ambientais na Amazônia, tem sido comum a escolha de fatores limitantes únicos. Nesses debates as populações Caboclas são de extrema relevância, uma vez que constituem o segmento populacional mais numeroso na Amazônia. Frente a um cenário mundial de crescentes mudanças nos padrões nutricionais, o conhecimento mais aprofundado sobre o consumo alimentar dessas populações, ainda incipiente, é de natural relevância. Assim, este estudo apresenta a comparação dos padrões de consumo alimentar de unidades domésticas assentadas em diferentes ambientes da Amazônia: a Várzea Estuarina (Ilha de Marajó, município de Ponta de Pedras-PA), a Várzea Estacional (Ilha de Ituqui, município de Santarém-PA), e a Floresta de Terra Firme (Floresta Nacional de Caxiuanã, municípios de Melgaço e Portel-PA). O objetivo principal foi determinar e comparar os padrões de consumo alimentar das unidades domésticas, principalmente no que diz respeito às calorias e proteínas, e entender como as unidades domésticas se articulam e se distribuem em relação ao ambiente em que vivem. O método utilizado para coleta de dados foi o recordatório de 24 horas. Concluiu-se, neste trabalho que: (1) existem diferenças significativas no padrão de consumo entre os diferentes ambientes estudados; (2) os padrões encontrados para os ambientes de Várzea não são mais semelhantes entre si do que em relação à Terra Firme; (3) as unidades domésticas das comunidades da Floresta de Terra Firme não parecem apresentar menor consumo de alimentos, calorias, ou proteínas do que os demais ambientes; (4) parece haver a formação de um grande grupo composto por unidades domésticas da Várzea Estuarina e da Terra Firme, ambientes de maior diversidade de alimentos, e outro grupo constituído pelas unidades domésticas da Várzea Estacional; (5) as unidades domésticas não se distribuem conforme as bacias nas quais estão assentadas. Assim, o poder explicativo do modelo de tipologia de bacias se vê comprometido, pelo menos em se tratando de ambientes, como a grande parte dos encontrados na região Amazônica, que se encontram em posições intermediárias no gradiente ambiental, não coincidindo com os protótipos de Várzea ou Terra Firme normalmente retratados na literatura.