Correlação da deformação miocárdica pelo speckle tracking com arritmias malignas em portadores de cardiomiopatia hipertrófica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Toledo, Leonardo Mello Guimarães de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-03102017-151215/
Resumo: Estratificar o risco de morte súbita é um grande desafio no manejo da cardiomiopatia hipertrófica (CMH). Os fatores de risco existentes atualmente apresentam baixo valor preditivo positivo e a estratégia para prevenção primária de morte súbita, que é o implante do cardiodesfibrilador implantável (CDI), baseia-se nesses fatores. Estudos que validem novos marcadores de risco são necessários, objetivando identificar pacientes com maior risco de morte súbita. A avaliação da deformação miocárdica (strain) por meio do Speckle Tracking na ecocardiografia bidimensional determina a função regional e global do ventrículo esquerdo, e, ainda, pode se correlacionar à fibrose miocárdica. Objetivo: Avaliar, em portadores de CMH e CDI, se a deformação miocárdica avaliada pelo Speckle Tracking, correlaciona-se com a ocorrência de taquiarritmias ventriculares registradas no monitor de eventos do CDI. Métodos: Foram incluídos 49 pacientes (43,5±15,8 anos; 59% mulheres) portadores de CMH e CDI acompanhados nos ambulatórios de Eletrofisiologia e Miocardiopatias do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação ecocardiográfica convencional padrão e análise do strain miocárdico pelo Speckle Tracking bidimensional. Foram divididos em dois grupos: grupo A, composto por aqueles que receberam terapia apropriada pelo CDI ou tiveram apenas a documentação de taquicardia ventricular não sustentada pelo CDI; e grupo B, composto por pacientes sem documentação de arritmias ventriculares no monitor de eventos. As variáveis contínuas foram comparadas utilizando-se testes t de Student pareado ou Mann-Whitney; para as categóricas o teste do x2 ou testes exatos de Fisher. Para análise dos dados, utilizou-se o programa SPSS. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados: Em 93,9% da população, a indicação do CDI foi por prevenção primária. Quinze pacientes (30,6%) compuseram o grupo A, 10 pacientes, por apresentarem taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) e 5 por taquicardia ventricular sustentada (TVS). Os parâmetros ecocardiográficos convencionais não foram diferentes entre os grupos, com exceção do diâmetro da raiz aórtica, maior no grupo A (33,6 ± 4,4 e 29,4 ± 3,5, p = 0,001). Os valores do strain bidimensional longitudinal global, circunferencial global e radial global estavam reduzidos na população, porém não foram estatisticamente diferentes entre os grupos A e B. Pacientes do grupo A tiveram redução significante do strain circunferencial médio ao nível da valva mitral (SC médio VM) e do strain circunferencial no segmento ântero-septal ao nível da valva mitral (SC ântero-septal VM), em relação aos pacientes do grupo B (-12,3 ± 3,2 e -16 ± 3,9, p = 0,041 e -13,6 ± 6,6 e -18,7 ± 7,2, p = 0,039, respectivamente). O SC médio VM >= -14,2% apresentou 84,6% de sensibilidade e 70% de especificidade para predizer a ocorrência de taquicardias ventriculares em portadores de CMH com uma área sob a curva de 0,76 e nível de significância de 0,005; e O SC ântero-septal VM >= -17,9% apresentou 77% de sensibilidade e 60% de especificidade para predizer a ocorrência de taquicardias ventriculares em portadores de CMH com uma área sob a curva de 0,68 e nível de significância de 0,044. Conclusões: A presença de SC médio VM > -14,2% e SC ântero-septal VM > -17,9% correlacionaram-se com a presença de arritmias ventriculares malignas. Houve correlação positiva entre a presença de arritmias ventriculares malignas e o diâmetro da raiz da aorta.