Lugares e territórios camponeses em iniciativas turísticas: os usos dos espaços no entorno dos lagos das hidrelétricas Amador Aguiar I e II - Triângulo Mineiro - MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Kinn, Marli Graniel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-06062011-172324/
Resumo: Este trabalho, sobre lugares e territórios camponeses com iniciativas turísticas, tem, como área de estudo, quatro comunidades rurais situadas nos municípios de Uberlândia-MG: Tenda do Moreno, Martinésia e Cruzeiro dos Peixotos, e de Araguari-MG: a comunidade do Salto. Procura-se compreender como alguns camponeses foram envolvidos na possibilidade de praticar, em suas propriedades, um turismo receptivo, criando condições para abarcar a pluriatividade já praticada em suas pequenas propriedades familiares, sobretudo combinando, em distintas proporções, a produção agropecuária com a visitação em suas propriedades. Essas mudanças vão sendo concretizadas, legitimadas e, por vezes, encaradas como uma possibilidade de diversificação dos ganhos, em benefício da família. Tais mudanças ocorrem num espaço (re)ocupado para a geração de energia pelo grande capital com estímulo e parceria do estado. A reorganização do espaço social devido a essas grandes obras, influenciou, significativamente, a organização dos territórios e das territorialidades camponesas. Este estudo discute, também, as mudanças nas relações sociais causadas pelas possibilidades de usa do patrimônio material e imaterial (as festas de santo) das comunidades por um grande número de visitantes. Analisa-se a complexidade dos lugares vividos e as interações da família camponesa, das suas comunidades e de seus patrimônios culturais, materiais e imateriais, com o turismo, com os visitantes, clientes do turismo ofertado pelos camponeses. Procura-se a compreensão de como os camponeses superam os seus estágios produtivos e se lançam em novas atividades. Os produtores camponeses, sujeitos ativos, com os seus saberes, suas iniciativas e estruturas produtivas, são a referência para se compreender as mudanças territoriais. Estuda-se a condição sócio-cultural do camponês que vive na Bacia Hidrográfica do Rio Araguari, em seu baixo curso e sua capacidade de se flexibilizar, de se adaptar e de se (re)territorializar, de acordo com as mudanças sócio-espaciais causadas pela construção das usinas Hidrelétricas Amador Aguiar I e II. As adaptações, os ajustes e as estratégias camponesas se dão a partir do seu próprio modo de vida e de relações de pertencimento e de identidade com o lugar. A partir das festas, procurou-se compreender qual seria a consciência territorial dos camponeses, suas contradições e como as manifestações dos sujeitos sociais envolvidos poderiam proteger, manter a festa, o território e as territorialidades, frente às multidões que vão aos eventos comunitários. Procurou-se analisar a condição desse camponês, pensando os seus vínculos territoriais. Desse modo, o estudo dos territórios e das territorialidades camponesas permitiu analisar as práticas sociais e as representações que o camponês, bem como a criança camponesa, fazem da sua permanência no campo, das suas comunidades, das suas festas, da presença do turista em um espaço que reúne múltiplas possibilidades de ganhar a vida, num mundo de trocas e de formação de novos territórios.