Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Marinho, José Antonio Magalhães |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-19122019-163007/
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Resumo: |
Neste trabalho, abordam-se as lutas camponesas no cercamento do médio Xingu para a construção da hidrelétrica Belo Monte, no Pará. Parte-se da perspectiva de que a construção dessa hidrelétrica constitui um processo capitalista, espacialmente violento e contraditório, no interior do qual emergem lutas camponesas na terra e pelo território. Objetivando refletir sobre como essas lutas vinha sendo travadas na área dessa hidrelétrica, a investigação avança em duas frentes. Por um lado, aborda-se a luta de camponeses para permanecer na terra contraditoriamente obtida da empresa Norte Energia S.A, nos reassentamentos rurais (Reassentamento Rural Coletivo RRC, Reassentamento Áreas Remanescentes - RAR) instalados no município de Vitória do Xingu. A luta nesses reassentamentos é, essencialmente, pela reprodução na terra. Mesmo sendo reconhecidamente conhecidos pela criatividade, os camponeses têm enfrentado muitas dificuldades para se especializar em suas unidades de produção-consumo. Essas dificuldades são variadas, envolvendo desde problemas de obtenção de água para consumo até a obtenção de renda. No RRC, essas dificuldades são mais sentidas, contribuindo para o expressivo abandono dos lotes. Por outro lado, investiga-se a luta de camponeses ao lado de famílias indígenas, que depois de expulsos das ilhas e margens do Xingu, buscam reconquistar frações do território capitalista cercado pelo hidronegócio nos municípios de Vitória do Xingu, Altamira e Brasil Novo. Esta luta pelo território decorre da deterioração das condições de vida desses grupos sociais e do forte pertencimento territorial que têm em relação ao espaço ribeirinho. Trata-se de uma luta que já lançou contradições na política compensatória da Norte Energia S.A, possibilitando o retorno de uma parte dos camponeses e indígenas ao reservatório da UHE Belo Monte, mas ainda para uma espécie de espaço prisão, onde praticamente não têm terra, nem liberdade para produzir. Por isso, essa luta continua visando a conquista do que chamam de territórios ribeirinhos. Em face dessas constatações, verifica-se que as condições para que os camponeses retomem suas formas de reprodução i-material no espaço cercado pelo hidronegócio no rio Xingu, dependem muito mais das lutas camponesas do que da política compensatório da empesa. |