Efeito da ingestão de suco de uva sobre a expressão de microRNA no plasma e em células mononucleares em mulheres com sobrepeso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Quintanilha, Bruna Jardim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-22112022-135632/
Resumo: Introdução: O padrão da dieta ocidental, caracterizado pela ingestão elevada de açúcares e lipídios, está relacionado à gênese da inflamação metabólica, a qual é caracterizada por um quadro de inflamação crônica, sistêmica e de baixa intensidade. A inflamação metabólica contribui para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), as quais representam a principal causa de morte no mundo. Por outro lado, a ingestão de uma dieta saudável, rica em frutas e hortaliças, é relevante para a redução do risco das DCNT. Nesse contexto, destaca-se o suco de uva, bebida rica em compostos bioativos, que possui potencial efeito anti-inflamatório. Estudos recentes sugerem que nutrientes e compostos bioativos dos alimentos possam atenuar a inflamação por meio da modulação da expressão de microRNA, os quais representam novos biomarcadores inflamatórios, contribuindo para a identificação do risco de desenvolvimento de doenças cardiometabólicas. Objetivo: Investigar o efeito da ingestão de suco de uva integral sobre a expressão de microRNA no plasma e em células mononucleares do sangue periférico (PBMC) e sua relação com a resposta inflamatória. Métodos: Estudo intervencional, no qual, durante quatro semanas, as voluntárias ingeriram 500 mL diários de suco de uva integral, com coletas de sangue no momento basal, 2 e 4 semanas após o início da ingestão da bebida. A população do estudo foi composta por mulheres saudáveis (n = 20), com idade entre 18 e 40 anos e índice de massa corpórea classificado como sobrepeso (25,0 - 29,9 kg/m2). Foram avaliados o perfil lipídico, o hemograma e as concentrações plasmáticas de glicose, insulina, leptina, adiponectina, lipopolissacarídeos e seus ligantes plasmáticos LBP e sCD14 e biomarcadores inflamatórios (IL-10, IL-6, TNF-α, proteína C reativa, MCP-1, VCAM-1 e ICAM-1), bem como a concentração dos principais compostos bioativos presentes no suco de uva. Dois painéis de microRNA, sendo um plasmático e outro de PBMC, de 8 indivíduos foram avaliados, em todos os tempos, pelo ensaio de PCR em tempo real. Posteriormente, foram selecionados os microRNA relacionados à resposta inflamatória e à endotoxemia metabólica, os quais foram avaliados no restante das voluntárias. As proteínas-alvo dos microRNA em PBMC foram analisadas por Western Blotting. O consumo alimentar foi avaliado pela análise de três recordatórios de 24 horas coletados em todos os tempos experimentais. Resultados: A ingestão de suco de uva, após 4 semanas de intervenção, em PBMC, promoveu redução da expressão gênica do TNF-α, IL-6 e das subunidades p50 e p65, as quais compõem o fator de transcrição NF-kB. Em relação ao conteúdo de proteínas nestas células, houve apenas diminuição da fosforilação da TAK-1 em relação ao seu conteúdo total. Dentre os miRNA analisados, o miR-144-5p e o miR-144-3p tiveram a sua expressão aumentada no plasma e em PBMC, respectivamente. A concentração plasmática de sICAM-1 reduziu significativamente na semana 4 em relação a semana 2, enquanto, a concentração plasmática de gama glutamil transferase aumentou significativamente na última semana. As voluntárias apresentaram menor pressão arterial diastólica no final do estudo em relação ao momento basal. Conclusão: A ingestão do suco de uva, após 4 semanas de intervenção, influenciou a concentração de biomarcadores relacionados ao processo inflamatório mediado pela via do fator de transcrição NF-kB em mulheres com sobrepeso.