Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Capetini, Vinícius Cooper |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-26102021-090553/
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Resumo: |
Introdução: A obesidade está diretamente envolvida na etiologia de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A ingestão excessiva de nutrientes associada à obesidade culmina na ativação de vias de sinalização pró-inflamatórias em diferentes locais do organismo, acarretando uma inflamação sistêmica, crônica e de baixa intensidade. microRNA (miRNA) atuam como moduladores e biomarcadores de processos inflamatórios e a análise da sua expressão pode contribuir para identificação do risco de DCNT. A laranja (Citrus sinensis) é a fruta mais produzida no Brasil, contendo concentrações significantes de flavonoides, vitamina C e carotenoides, os quais apresentam atividade antioxidante e anti-inflamatória. Neste contexto, destaca-se a laranja sanguínea, que além dos compostos nutricionais comuns em Citrus, contem antocianinas. Objetivo: Investigar o efeito da ingestão crônica de suco de laranja sanguínea Moro sobre a resposta inflamatória e o perfil de expressão de miRNA no plasma e em células mononucleares do sangue periférico (PBMC) em mulheres com sobrepeso. Métodos: Estudo de intervenção crônica em mulheres (n = 20) de 18 a 40 anos, diagnosticadas com sobrepeso (índice de massa corporal = 25,0 a 29,9 kg/m2). Durante quatro semanas, as voluntárias ingeriram, diariamente, 500 mL de suco de laranja sanguínea Moro, com colheitas de sangue realizadas nos momentos basal e após 2 e 4 semanas do início do protocolo experimental. Foram realizadas as seguintes análises: caracterização do suco de laranja sanguínea Moro; avaliação antropométrica; aferição da pressão arterial; avaliação do consumo alimentar; determinação das concentrações plasmáticas de glicose, insulina, lipopolissacarídeos, proteína ligadora de lipopolissacarídeo, cluster de diferenciação 14 solúvel, biomarcadores inflamatórios [interleucina (IL)-6, IL-10, fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), proteína quimiotática de monócitos-1, molécula de adesão intercelular solúvel (sICAM)-1 e a molécula de adesão celular vascular solúvel (sVCAM)-1]; e determinação das concentrações séricas do perfil lipídico, proteína C reativa, fibrinogênio, D-dímero, gama glutamil transferase, alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, amilase, ureia, creatinina e minerais. Foram também analisadas a expressão de miRNA no plasma e em PBMC; a expressão dos genes TNF, fator nuclear kappa B subunidade p50 (NFKB1), NF-κB subunidade p65 (RELA), inibidor alfa do NF-κB (NFKBIA), IL1, IL6, IL10, e receptores do tipo toll (TLR2 e TLR4); e o conteúdo e a fosforilação das proteínas NF-κB, IκB-α, quinase c-Jun N-terminal (JNK), quinase beta inibidora do IκB-α (IKK-β) e fator de transformação de crescimento beta 1 (TAK1). Resultados: A ingestão do suco de laranja sanguínea Moro aumentou o consumo de vitamina C (p < 0,001), a razão fosfo-JNK/JNK (p < 0,05) e a expressão de miRNA no plasma [miR-144-3p (p = 0,02)] e em PBMC [miR-424-5p (p = 0,002), miR-144-3p (p = 0,006) e miR-130b-3p (p = 0,03)]. Por outro lado, diminuiu o conteúdo proteico de NF-κB (p < 0,05) e a expressão do let-7f-5p (p = 0,007) e do miR-126-3p (p = 0,04) em PBMC. Contudo, não foram observadas alterações significativas na expressão de genes que codificam proteínas envolvidas com a resposta inflamatória e nos parâmetros antropométricos e bioquímicos analisados ao final do protocolo experimental. Conclusão: A ingestão do suco de laranja sanguínea modula a expressão de miRNA em PBMC e no plasma e diminui o conteúdo proteico de NF-κB em PBMC, sem alterar a ingestão calórica, os parâmetros antropométricos e os biomarcadores metabólicos avaliados. |