Recuperação clínica e resposta a dor em bezerros descornados com ferro quente: influência do estresse pré-natal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Barbosa, Bruna Stanigher
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-11052022-110226/
Resumo: O período pré-natal pode modular como um indivíduo responderá ao ambiente e as diversas situações ao longo da vida. Este período, quando afetado por estímulos negativos como o estresse, pode determinar transtornos a longo prazo na vida do indivíduo. A claudicação em vacas leiteiras é considerada uma experiência desconfortável e dolorosa que afeta mais de 20% das vacas em produção, no Brasil e no mundo, e ocorre por longo período de tempo, sendo o principal indicador representativo de prejuízo no bem-estar animal em rebanhos leiteiros. A claudicação durante a gestação pode ser um importante causador de estresse pré-natal em bovinos, afetando negativamente a prole no desenvolvimento extrauterino. Dentre as possíveis alterações extrauterinas, destaca-se a resposta nociceptiva da bezerra frente à desafios dolorosos e estressantes, dos quais a descorna por ferro quente notabiliza-se por ser procedimento gerador de grave estresse e doloroso para os bezerros. Portanto, o principal objetivo deste trabalho foi de avaliar a influência da claudicação em vacas no terço final de gestação sobre as respostas nociceptivas e recuperação da lesão de queimadura da prole submetida à descorna com ferro quente aos 30 dias de vida. Foram utilizadas 34 vacas, multíparas e primíparas, Holstein- Frisia em terço final de gestação, separadas em dois grupos de acordo com o escore de locomoção (EL): G1 20 vacas com EL ≤ 2; G2 14 vacas com EL 3. Após o parto as bezerras foram separadas em dois grupos de acordo com os grupos das mães: GB1 20 bezerras de vacas com EL ≤ 2 e GB 2 14 bezerras nascidas de vacas com EL ≥ 3. Aos 30 dias as bezerras foram descornadas com ferro quente e foram realizadas de forma cega, avaliações nociceptivas, avaliação da área de regressão da lesão de queimadura e determinação da concentração de cortisol salivar. Os resultados mostraram que não houve diferença entre os grupos GB1 e GB2 para área de regressão das lesões e para a concentração de cortisol salivar. No entanto, as bezerras filhas de vacas com EL ≥ 3 apresentaram menor limiar nociceptivo, demonstrando a influência negativa que a claudicação em vacas prenhes pode exercer na modulação da sensibilidade dolorosa nas bezerras após o nascimento.