'Éramos nós': uma leitura andreseniana de A caverna, de José Saramago

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Feiteira, Letícia Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-30012024-184804/
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo realizar uma leitura andreseniana do romance A caverna [2000], de José Saramago, a partir dos conceitos-síntese de \"reino\" e \"habitat\" presentes em \"Arte poética I\", de Sophia de Mello Breyner Andresen. O primeiro capítulo do trabalho apresenta a revisão da fortuna crítica do romance e o mapeamento dos principais temas investigados a seu respeito, levando em consideração o seu processo de concepção. O segundo capítulo enfoca as \"comunidades de resistência\" como procedimento literário tipicamente saramaguiano. Tomando como principal referência teórica os estudos de Walter Benjamin [1936] sobre a experiência autêntica (Erfahrung), analisa-se como este valor é fundamental para a união do grupo de personagens da família Algor contra os ataques do \"Centro\", isto é, o complexo comercial que representa a pós-modernidade na narrativa. O terceiro capítulo confere relevo à abordagem andreseniana do romance através do modelo de investigação proposto por Gagliardi (2018), ao associar dois textos literários nos quais o barro e a simbologia desse elemento primordial ocupam o lugar central. O quarto capítulo aproxima o romance finissecular de dois contos do livro Objecto quase [1978], de Saramago, a partir da ideia de \"tempo da recusa\", a qual abarca a complexidade da relação dos sujeitos das narrativas com seu presente histórico. Por fim, no capítulo final, associa-se, complementarmente, a noção de habitat com a noção de \"fascismo do consumo\", presente na crítica corsária de Pier Paolo Pasolini, para examinar mais diretamente os mecanismos políticos, sociais e econômicos retratados em A caverna.