Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Terra, Carlos Henrique Bonadio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-19072018-112621/
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Resumo: |
A miocardiopatia chagásica constitui uma doença prevalente e de alta morbimortalidade no Brasil. Embora seu agente causador, o Trypanosoma cruzi, já tenha sido identificado, os mecanismos fisiopatológicos e a predileção do acometimento por determinados segmentos do miocárdio ainda não foram totalmente esclarecidos. Dentre os mecanismos envolvidos nos distúrbios da microcirculação, inclui-se a hipótese na qual o acometimento preferencial das regiões apical e posterolateral do VE deva-se à presença de áreas de fluxo arterial fronteiriço (\"watershed\") entre as artérias que irrigam as paredes do VE, locais estes com maior predisposição a sofrer processo de isquemia. Ainda que plausível, esta hipótese ainda não foi testada frente a razoável variabilidade da distribuição dos vasos arteriais coronários, o que implica em variações na presença ou não de regiões de \"watershed\" em cada paciente. Objetivo: Estudar a correlação topográfica entre as regiões de \"watershed\" com as alterações da mobilidade ventricular e defeitos de perfusão miocárdica no ventrículo esquerdo. Casuística e Métodos: Realizamos um estudo descritivo com análise de 63 pacientes portadores de cardiopatia chagásica crônica que possuíam cineangiocoronariografia sem lesões obstrutivas significativas e fração de ejeção igual ou superior a 40%. Utilizando a cineangiocoronariografia definimos as regiões passíveis de \"watershed\" baseando-nos na distribuição anatômica das artérias coronárias, tendo como critérios a dominância, a extensão e os limites das artérias coronárias direita e esquerda na irrigação das paredes do VE. Em seguida verificamos se as alterações de mobilidade parietal na ventriculografia e/ou os defeitos de perfusão segmentar na cintilografia de perfusão miocárdica coincidiam com estas regiões. Utilizamos Teste Exato de Fischer para a análise estatística dos resultados. Resultados: Na ventriculografia por contraste as frequências dealterações de mobilidade para as paredes apical, inferior e posterolateral nos pacientes na presença e ausência de respectiva região de WS correspondente foram: 76,2% vs 68,3%, 46,3% vs 38,1% e 54,6% vs 42,9%. Os valores de p obtidos foram respectivamente 0,51; 0,59 e 0,69. Considerando todas as regiões onde o WS estava presente 55,6% apresentavam alteração da mobilidade, em compensação 56,5% das regiões onde o WS estava ausente também apresentavam alteração da mobilidade, com o valor de p = 1,0. Na cintilografia de perfusão miocárdica as frequências de defeitos de captação para os segmentos apicais, inferiores médio e apical, laterais e inferior basal na presença e ausência de respectiva região de WS correspondente foram: 41,2% vs 57,1%, 67,8% vs 47,2%, 50% vs 66,6% e 33,1% vs 50%. Os valores de p obtidos foram respectivamente 0,36; 0,21; 1,0 e 1,0. Considerando todas as regiões onde o WS estava presente 53,3% apresentavam defeitos de captação, em compensação 52,2% das regiões onde o WS estava ausente também apresentavam defeitos de captação com o valor de p = 1,0. Conclusão: No estudo apresentado não se comprovou que as alterações da mobilidade parietal ou os defeitos de perfusão nos segmentos do ventrículo esquerdo ocorram nas regiões de \"watershed\". Portanto nossos resultados não apoiam a hipótese de que as regiões de \"watershed\" contribua para o mecanismo de lesão miocárdica na cardiopatia chagásica crônica. |