Análise de custos da cirurgia de descompressão medular em pacientes com metástases ósseas e associação da sobrevida com as escalas prognósticas de Tokuhashi e Tomita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Candido, Priscila Barile Marchi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-08022021-141620/
Resumo: Aproximadamente 2/3 dos pacientes com câncer irão desenvolver metástases ósseas e a coluna vertebral é o sítio mais frequentemente acometido. Dentre as complicações provocadas pelas metástases ósseas na coluna, está a síndrome de compressão medular. Os principais objetivos do tratamento das lesões neoplásicas da coluna são mitigar a dor e o déficit motor e maximizar as atividades da vida diária, promovendo melhorias na qualidade de vida aos doentes. Antes de propor uma estratégia terapêutica é preciso predizer qual a expectativa de vida do paciente, pois, nos indivíduos com síndrome de compressão medular a sobrevida esperada pode variar de semanas a anos e, portanto, naqueles com prognóstico muito reservado, a cirurgia descompressiva geralmente é contraindicada. Existem várias escalas prognósticas para esse grupo de pacientes, mas as mais utilizadas são as escalas de Tomita e de Tokuhashi modificada. Para o presente estudo, foram avaliados apenas os pacientes submetidos à cirurgia de descompressão da coluna com diagnóstico de neoplasia maligna sólida metastática atentidos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto no período março de 2009 a agosto de 2015. Tratar-se-á de uma avaliação econômica parcial através da análise descritiva dos custos, bem como dos desfechos (melhora da dor e/ou na escala de Frankel, sobrevida maior ou inferior a 3 meses). Além da análise dos custos, o trabalho teve como objetivo realizar uma análise de concordância entre as sobrevidas observadas na amostra do estudo e a sobrevida estimada pelas escalas de Tomita e Tokuhashi. Os dados mostraram que essa cirurgia custa em média R$44.497,95 por paciente, e o maior percentual desse montante corresponde aos gastos destinados aos materiais consignados para realização do procedimento, seguido pelos gastos com a enfermaria. Entre os pacientes que apresentaram melhora da funcionalidade ou a mantiveram preservada (Frankel D ou E) foi observada uma maior sobrevida, 19,13 meses quando comparado a sobrevida média de 7,89 meses dos pacientes que não apresentaram a mesma resposta ao tratamento e essa diferença de sobrevida entre os grupos foi estatisticamente significativa (p < 0,01). Com relação a sobrevida dos pacientes e a sobrevida estimada pelas escalas prógnósticas verificou-se que entre os pacientes que apresentaram sobrevida < 6 meses; a acurácia de acordo com a escala de Tomita et al. (2001) foi 79,17%, e Tokuhashi et al. (2005) 70,59%, sugerindo que essas ferramentas prognósticas poderiam ser usadas apenas em pacientes com indicação de cuidados paliativos, porém não de maneira isolada. Essa pesquisa descreve os custos do procedimento cirúrgico mais dispendioso entre os eventos ósseos dos pacientes com câncer metastático e que, portanto, poderá dar suporte à análise de futuros estudos para reduzir a sobrecarga econômica em nosso sistema público de saúde.