Efeito da epigalocatequina-3-galato, derivada do chá verde, em metaloproteinases de matriz 2 e 9 em lesões periapicais de cães

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pradela, Tadeu Francisco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58135/tde-21102022-154929/
Resumo: As metaloproteinases de matriz (MMP\'s) fazem parte de uma família de proteases relacionadas com a função e estrutura dos tecidos por agirem na degradação de componentes proteicos da matriz extracelular (ECM). Durante a progressão das doenças pulpares e periapicais as MMPs desempenham um papel importante na resposta imune e inflamatória do hospedeiro promovendo a degradação da matriz extracelular em processos patológicos pulpares e periapicais. A expressão das MMPs 2 e 9 podem se apresentar elevadas no exsudato intracanal de dentes com abscessos periapicais agudos, granulomas e cistos periapicais e no fluido gengival crevicular de dentes portadores de lesões periapicais crônicas. Assim, durante o tratamento endodôntico, o uso de medicações que promovam a inibição de MMPs deve ser considerado. A epigalocatequina-3-galato (EGCG), um extrato derivado do chá verde, vem sendo muito estudada na área da saúde devido às suas propriedades antiinflamatórias, antioxidantes e mineralizadoras, que incluem a capacidade de inibir a atividade proteolítica das metaloproteinases de matriz (MMPs) em diversas doenças sistêmicas e até mesmo na doença periodontal. No entanto, a ação da EGCG sobre a expressão e distribuição dessas MMPs no tratamento endodôntico ainda não foi avaliada. A hipótese desse trabalho é que a EGCG seja capaz de reduzir a expressão de MMP-2 e MMP-9 quando utilizada como curativo de demora no tratamento endodôntico de dentes de cães portadores de lesões periapicais. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da aplicação de uma pasta à base de EGCG como curativo de demora na expressão das MMP-2 e MMP-9 na região apical e periapical de dentes de cães portadores de lesões periapicais induzidas experimentalmente. Um total de 70 raízes de pré-molares de cão com rizogênese completa foram aleatoriamente divididas em 5 grupos, submetidos à diferentes tratamentos: 1) Dente Hígido; 2) Dente portador de lesão periapical não tratada; 3) Dente tratado endodonticamente em sessão única; 4) Dente tratado endodonticamente em duas sessões com uso de pasta à base de EGCG e 5) Dente tratado endodonticamente em duas sessões com pasta à base de hidróxido de cálcio. Aos 120 dias após a obturação dos canais radiculares, os animais foram eutanasiados, os espécimes processados histotecnicamente e corados com HE e imunofluorescência para as MMPs 2 e 9. Além de análise descritiva, a desorganização tecidual, infiltrado inflamatório e expressão das MMPs foram classificadas em escores variando de 1 a 4 (ausente, suave, moderada e severa). Os resultados foram submetidos à análise estatística por meio do teste de Kruskal-Wallis e pós teste de Dunn (95% de confiança). Foi observado que o tratamento endodôntico em sessão única resultou em persistência de desorganização tecidual, resposta inflamatória, não proporcionou reparo do cemento, osso alveolar e ligamento periodontal que apresentaram expressão positiva e intensa das MMPs 2 e 9, tanto na região periapical como nas paredes do canal radicular. Por outro lado, o tratamento endodôntico realizado em duas sessões, tanto com pasta a base de EGCG como com pasta a base de hidróxido de cálcio, proporcionou reparação dos tecidos apicais e periapicais, com ausência de inflamação e presença de neoformação cementária, óssea e de fibras do ligamento periodontal. A expressão das MMPs 2 e 9 foi suave, sendo observada no citoplasma de células inflamatórias, fibroblastos, osteoblastos, cementoblastos, odontoblastos, cementócitos e endotélio vascular. Nos dentes hígidos, a expressão destas MMPs também foi verificada em odontoblastos. Nos grupos tratados em duas sessões a expressão das MMPs 2 e 9 foi suave, semelhante estatisticamente aos dentes hígidos e com expressão significativamente inferior aos dentes tratados em sessão única (p<0,001). Pode-se concluir que a utilização da pasta à base de EGCG como curativo de demora promoveu redução na expressão das MMP-2 e MMP-9 e reparação das lesões periapicais, de maneira semelhante à pasta à base de hidróxido de cálcio e superior ao tratamento de realizado em sessão única.