Perfil de pacientes com risco para injúria renal aguda no Hospital Municipal de Santarém, Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Raquel Santos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7143/tde-11112024-152743/
Resumo: Introdução: A Injúria Renal Aguda (IRA) caracteriza-se como uma síndrome clínica que acomete de forma rápida a estabilidade renal. Estudos recentes de IRA hospitalar, em países desenvolvidos, indicam o quadro em 3,2 a 9,6% das internações, com mortalidade hospitalar em torno de 20% dos pacientes, e em até 50% dos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A IRA que requer Terapia de Substituição Renal ocorre em 5 a 6% dos pacientes internados em UTI e, neste caso, a taxa de mortalidade hospitalar é extremamente elevada, da ordem de 60%. Estimase que, a cada ano, cerca de 2 milhões de pessoas morrem em decorrênciade IRA. Objetivo: Analisar aspectos que levam à Injúria Renal Aguda em usuários doHospital Municipal de Santarém. Método: Estudo exploratório, descritivo e prospectivo, com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado no Hospital MunicipalAlberto Tolentino Sotelo, de Santatém (PA), com 23 participantes, admitidos por quaisquer causas, na triagem hospitalar. Este estudo integra o projeto matriz: Rede de Cuidado Renal, proposto pela Sociedade Internacional de Nefrologia, que visa a identificação precoce de fatores de risco que podem levar à IRA. O estudo foi composto por três momentos: a) avaliação da presença de fatores de risco para a IRA, com pontuação de 1 a 10; b) avaliação se houve recuperação da função renal, por ocasião da alta dos pacientes; e, c) avaliação do estado de saúde do paciente, prevista para ocorrer cerca de 90 dias após a alta. Foi utilizado um formulário para capturar dados sociodemográficos e de um roteiro de entrevista com perguntas semiestruturadas que foram submetidas à análise de conteúdo. Resultados: A maioria (56,5%) da amostra foi composta por pessoas do sexo masculino; 30,4% na faixa-etária de 30 e 39 anos; 78,3% se autodeclararam pardos; 52,2% informaram não ter concluído o ensino fundamental; 65,2% referiram ter procurado unidades básicas de saúde (UBS), como primeiro local para a assistência à saúde; 56,5% relataram fazer uso de medicamento continuamente;21,7% informaram diagnóstico prévio de hipertensão arterial. Todos os pacientes atingiram pontuação maior ou igual a 10, na avaliação de fatores de risco para a IRA.No momento b) da avaliação, 65,2% apresentaram IRA. A média dos valores encontrados de Creatinina foi de 2,01mg/dl, mensurada através de dispositivo do tipoPoint of Care. Da análise das entrevistas emergiram os temas: (1) Motivo da busca por assistência ou encaminhamento à unidade hospitalar, tendo sido o mais recorrente: dor intensa a ser esclarecida; (2) Trajetória percorrida pelos pacientes até a chegadana unidade hospitalar, evidenciando, principalmente, dificuldades inerentes ao território estudado, com longas distâncias a serem percorridas até o acesso à unidade de saúde; (3) Conhecimento sobre o agravo de saúde: que evidenciou, em geral, lacuna de conhecimento; (4) Percepção sobre a assistência recebida: em sua maioria, pautada na rapidez de atendimento e não necessariamente na resolubilidade do problema de saúde. Conclusão: O estudo revelou que, independentemente da sintomatologia apresentada, o paciente pode estar sob risco de evoluir para a IRA, mostrando a importância de sua detecção precoce. O acesso à assistência é permeado por elementos de vulnerabilidade programática, individual e social. Considerando-se que a Injúria Renal Aguda é prevenível e pode ser reversível, é fundamental difundir o conhecimento sobre os fatores de risco e implementar políticas que promovam o acesso universal à assistência de qualidade, destacando-se a participação da Enfermagem nesse processo, força de trabalho primordial na Atenção Primária, particularmente na região Amazônica.