Narração, ideologia e experiência: os desafios da formação no jornalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carloni, Paola Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-04072018-180043/
Resumo: Este trabalho tem como objetivo compreender a formação no Jornalismo. Para isso, com base nos conceitos desenvolvidos pelos autores da Teoria Crítica da Sociedade, principalmente Adorno, Benjamin e Horkheimer, compreende-se a formação como um processo social que envolve formar o indivíduo para a autonomia e para a emancipação, abrangendo os aspectos da cultura de maneira geral e não apenas a formação escolar, mesmo que esta também faça parte de modo importante do processo formativo. A formação deve se desenvolver em um sentido cultural amplo, buscando uma consciência verdadeira que vise o combate à barbárie, tendo em vista o desenvolvimento de civilidade. Na Modernidade, há o empobrecimento da capacidade de fazer experiências e o declínio das narrações com o surgimento da informação, como aponta Benjamin. Esses conceitos teóricos e ainda outros relacionados à epistemologia do Jornalismo são discutidos nos dois primeiros capítulos em que se faz, também, uma análise histórica do surgimento do Jornalismo como área de atuação e profissão até as mais recentes Diretrizes Curriculares estabelecidas em 2013; é realizada uma leitura crítica de teorias e materiais didáticos da área. Analisa-se, ainda, nos dois últimos capítulos, a concepção de formação, compreensão histórica, epistemológica e a relação entre Jornalismo e desenvolvimento social por meio de entrevistas semiestruturadas com 33 professores jornalistas que ministram aulas em cursos de Jornalismo em três grupos de instituições: pública, filantrópica e particular. Conclui-se, ao final, que o Jornalismo é produto deste momento histórico e por isso contém em si limites e contradições. Não se pode idealizar ou desconsiderar as contradições inerentes ao próprio processo formativo que também comparece na formação do jornalista. Nas entrevistas e nos materiais analisados, é possível perceber que há uma deficiência epistemológica na área do Jornalismo e que os formadores estão mais voltados para o produto jornalístico, a notícia, e sua relação com a sociedade em um sentido de produzir cidadania, desenvolvimento social e influenciar a opinião pública, do que para aspectos amplos da formação, como cultura geral, história e epistemologia