Os códigos padrões de narração e a reportagem: por uma história da narrativa do jornalismo de revista no século XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Casadei, Eliza Bachega
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-06052014-152110/
Resumo: As mudanças formais na narrativa jornalística nem sempre obedeceram a regras sancionadas institucionalmente, estando ligadas, muitas vezes, a sistemas de escrita tão amplamente utilizados que se tornaram padrões, mesmo que não reconhecidos oficialmente por qualquer organização ou expostas em algum livro escrito. A partir do pressuposto de que as estratégias discursivas utilizadas por jornalistas obedecem, em seus contornos gerais, a determinados modos padrões de narração que instauram códigos de reconhecimento socialmente compartilhados, a presente pesquisa tem como objetivo estudar como esses modos padrões de narração se modificaram ao longo do tempo, instaurando mudanças na narrativa jornalística no decorrer da história da reportagem em revista no século XX no Brasil. Utilizaremos como aparato teórico e metodológico um entrecruzamento entre o entendimento de Michel de Certeau acerca das práticas simbólicas, a estruturação da narrativa proposta por Paul Ricoeur e a noção de código a partir dos contornos que Roland Barthes deu a esse conceito. Com isso, o nosso objetivo é verificar como são articuladas as repetições e as translações de significado na composição jornalística a partir de sua estrutura narrativa, de sua forma de organização codificada e padronizada, bem como o modo como essa configuração mudou ao longo do tempo, instaurando regimes narrativos, historicamente marcados, nas revistas brasileiras. Como corpus de trabalho, foram escolhidos os seguintes títulos: Revista da Semana, O Cruzeiro, Fatos e Fotos, Realidade e Manchete, Veja, Época e IstoÉ. Uma vez que o próprio realismo pode ser entendido como a manifestação de um sistema de códigos convencionais, posto que é construído, justamente, a partir de uma série de procedimentos estilísticos que estão ancorados em regras culturais de representação, procuraremos estudar os diferentes modos narrativos padrões que o jornalismo de revista mobilizou ao longo do século XX como forma imaginariamente legitimada de construção de realidade.