Marcadores do consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional para crianças de seis a 23 meses: análise crítica e evidências de validade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Guedes, Bianca de Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-04102023-133807/
Resumo: Introdução: O formulário de marcadores do consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) para crianças de seis a 23 meses integra os esforços para avaliação contínua do perfil alimentar da população brasileira. Embora proposto para uso nacional em 2015 com 17 itens, o instrumento não apresenta evidências quanto às características de estrutura interna e estabilidade de mensuração na fase da alimentação complementar. Objetivo: Explorar a estrutura fatorial do formulário de marcadores do consumo alimentar do Sisvan para crianças de seis a 23 meses e analisar a invariância de mensuração entre grupos etários, macrorregiões brasileiras e longitudinalmente. Métodos: Foram utilizados os microdados de consumo alimentar do Sisvan, no período de 2015 a 2019, cedidos pela Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde. Avaliou-se a adequação da amostra, sendo aceitos valores de teste de esfericidade de Bartlett com p<0,05 e Kaiser-Meyer-Olkin >0,50. Realizou-se a análise fatorial exploratória, sendo aceitos itens com cargas fatoriais &ge; 0,30 e <0,85 e comunalidade >0,20. Considerou-se a adequação segundo índices de ajuste (índice de Tucker-Lewis [TLI] >0,90, raiz do erro quadrático médio de aproximação [RMSEA] <0,08 e o menor valor do critério de informação Bayesiano). Ações corretivas via análise crítica, agrupamento e exclusão de itens inadequados foram propostas para adequação dos índices de ajuste. Posteriormente, efetuou-se análise fatorial confirmatória multigrupo em três modelos sequencialmente restritivos para avaliação da invariância configural (aceita se RMSEA <0,08, TLI e índice de ajuste comparativo [CFI] >0,90), métrica e escalar (aceitas se &Delta;RMSEA <0,015 e &Delta;CFI <0,01, comparando-se ao modelo anterior), considerando três grupos etários (6 a <12 meses, 12 a <18 meses e 18 a <24 meses), cinco macrorregiões e os anos no período entre 2015 e 2019. Resultados: Após análise crítica, itens do formulário original foram agrupados (legumes e verduras de folha; carnes ou ovos e fígado) e excluídos (comida de sal, mingau e arroz/batata/inhame/mandioca/farinha/macarrão). O modelo exploratório final composto por 12 itens apresentou índices de ajuste adequados (TLI=0,918, RMSEA=0,071) e compreendeu três fatores: alimentação complementar saudável (fruta inteira, hortaliças, vegetal ou fruta de cor alaranjada ou folhas verdes escuras, carnes, vísceras ou ovo, e feijão); alimentação ultraprocessada (iogurte, hambúrguer e/ou embutidos, bebidas adoçadas, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados, e biscoito recheado, doces ou guloseimas); e alimentação láctea (leite do peito e outro leite que não peito). A estrutura interna do instrumento reformulado foi estável entre grupos etários, macrorregiões e longitudinalmente. Conclusão: As evidências apontaram necessidade de reformulação, incluindo agrupamento e exclusão, de determinados itens do formulário. Com essas alterações, os três fatores identificados do instrumento para essa faixa etária apreendem aspectos relevantes da alimentação complementar, com equivalência de mensuração entre grupos etários, macrorregiões e longitudinalmente, subsidiando seu uso em nível nacional.