Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Sueli de Lima |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-02042015-133022/
|
Resumo: |
A pesquisa busca reunir contribuições de estudantes de meios populares para as práticas pedagógicas a partir da investigação de suas relações com o saber escolar. O trabalho foi desenvolvido com base no pensamento de Charlot, especialmente suas formulações sobre leitura positiva, fracasso escolar e mobilização para o saber, e teve como principal objetivo investigar quais relações os estudantes do Ensino Fundamental, entre 11 e 15 anos, estabelecem com os saberes escolares. A pesquisa teve como referência metodológica o Grupo Dialogal. Para dar voz aos sujeitos participantes, constituiu-se um Grupo Dialogal com 15 estudantes moradores da favela da Mangueira (RJ), com renda média familiar de um salário-mínimo, com frágeis relações com suas escolas e a sociedade. Foram realizados cinco encontros ao longo de 14 meses. Os campos teóricos foram estruturados em torno dos temas os jovens e o saber, os sentidos do estudar e as práticas pedagógicas. Buscou-se compreender o estudante como sujeito de direito, como parte integrante de um processo e não como alguém que necessita à escola para torna-se alguém. Os conhecimentos escolares foram compreendidos a partir de um diálogo com as ideias de Sousa Santos a respeito de ciência no plural, de Cunha e Cancline sobre o conceito de cultura. Esses conceitos foram entendidos como campo de trocas e relações entre grupos e não como categorias identificadoras de grupos sociais. As práticas pedagógicas foram compreendidas a partir das contribuições de Franco, para quem as condutas educativas marcadas por posturas autoritárias não são pedagógicas, pois estas dependem de uma intencionalidade conduzida exclusivamente pela crítica reflexiva, que é substancialmente democrática. O material reunido na pesquisa foi dividido em três categorias: relações com os professores e a escola; relações consigo mesmo; e relações com os conhecimentos escolares. Os resultados apontaram para a necessidade de revisões conceituais e práticas, pois os estudantes relataram uma experiência com o saber que só pode ser compreendida se posta ao avesso, uma vez que se tornou evidente que participam de processos de ensino-aprendizagem e não aprendem. A vivência de condições discriminatórias dentro das escolas também foi indicada como obstáculo à aprendizagem. Os estudantes afirmam que para aprenderem precisam de relações coordenadas pelo diálogo e respeito a cada um, precisam participar do cotidiano da escola. O investimento na participação de estudantes na vida escolar é fator que impacta a aprendizagem, conclui a pesquisa. Estudantes vivenciam nas escolas condições muito contraditórias e esta pesquisa buscou identificá-las. |