Panorama das doenças transmitidas por alimentos no Brasil entre 2000 e 2015

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ferreira, Jéssica de Aragão Freire
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-11052017-165548/
Resumo: Introdução: As doenças transmitidas por alimentos (DTA) constituem um grave problema de saúde pública a nível mundial. A Organização Mundial da Saúde estima que mais de um terço da população, incluindo a dos países desenvolvidos, é acometida por surtos de DTA anualmente, embora a maioria dos casos não seja notificada às autoridades sanitárias locais. Objetivo: Analisar a evolução das DTA nas diferentes regiões do Brasil entre 2000 e 2015. Metodologia: O presente estudo, de caráter descritivo, consistiu na análise de dados do Ministério da Saúde e de artigos científicos que tratam das DTA no contexto nacional, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2015. A primeira fase do estudo foi caracterizada pela coleta de dados sobre DTA disponíveis pelo Ministério da Saúde. Na segunda fase, foi realizado o levantamento e análise geral da produção científica brasileira nas seguintes bases de dados: LILACS, SciELO, Scopus, Web of Science, Pubmed e Embase. E na terceira fase do estudo foi traçado o panorama das DTA nas diferentes regiões do Brasil, relacionando os dados oficiais do Ministério da Saúde com os dados das pesquisas publicadas. Resultados: Entre 2000 e 2015 foram registrados no Ministério da Saúde 11.524 surtos de DTA com 219.909 doentes e 167 óbitos e publicados 50 artigos científicos sobre surtos de DTA no Brasil. Foi possível verificar que a região Sudeste apresentou maior prevalência no número de trabalhos publicados e de surtos de DTA. Na análise dos dados do MS observou-se que os alimentos mistos (12,4 por cento ) foram os mais envolvidos nos surtos, seguidos por aqueles preparados com ovos e produtos à base de ovos (8,7 por cento ); o agente etiológico não foi identificado em 57,8 por cento dos surtos e quando identificado, a Salmonella spp. foi o mais frequente (14,4 por cento ) e a maioria dos surtos ocorreram nas residências (36,6 por cento ). Considerando os dados dos artigos, a água foi o alimento que mais surtos de DTA causou (22 por cento ), o agente etiológico mais estudado foi a Salmonella spp. (22 por cento ) e as residências foram os locais mais envolvidos nos surtos (48 por cento ). Conclusões: Os dados obtidos indicam a necessidade de novas políticas públicas de incentivo a notificação dos surtos, bem como o desenvolvimento de programas de orientação e educação em boas práticas de manipulação de alimentos para a população e estabelecimentos produtores de alimentos