Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Serafim, Patricia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-11062021-171554/
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Resumo: |
Introdução: A ascensão nas vendas dos alimentos ultraprocessados vem modificando gradativamente o padrão de alimentação, a incidência de doenças não transmissíveis e o ambiente alimentar ao redor do mundo. O ambiente alimentar do consumidor reflete a disponibilidade desses alimentos através do comércio varejista. O tipo do estabelecimento e sua localização no território podem estar relacionados com a qualidade dos alimentos comercializados. Fatores sociais, econômicos e demográficos também influenciam na disponibilidade dos alimentos. A alta disponibilidade de alimentos ultraprocessados favorece seu consumo e consequentemente causa impacto na saúde da população. Objetivo: Avaliar a disponibilidade de alimentos ultraprocessados e fatores associados no ambiente alimentar do consumidor de um município de médio porte do estado de SP. Metodologia: Estudo transversal observacional realizado com dados de auditoria de comércios varejistas no município de Jundiaí- SP coletados em 2017-2018. Foram analisados 649 comércios varejistas agrupados em 11 categorias de estabelecimento. Para a auditoria foi utilizado o instrumento AUDITNOVA. Dados sobre a disponibilidade de 18 tipos de alimentos ultraprocessados foram obtidos. Foi realizada uma somatória dos 18 alimentos ultraprocessados para criar um escore de disponibilidade de ultraprocessados, com variação de 0 a 100 pontos. Os alimentos ultraprocessados foram agrupados em cinco categorias, com subescore. Para caracterização do escore e dos subescore de disponibilidade de alimentos ultraprocessados segundo tipo de estabelecimento e indicadores sociodemográficos dos setores censitários (renda média mensal dos responsáveis, número de moradores no domicílio e participação de população negra, parda, amarela e indígena no total de habitantes) foi utilizada estatística descritiva, com medidas de tendência central e dispersão. As diferenças nas médias do escore segundo variáveis sociodemográficas foram avaliadas pelo Teste t-student. Mapas georreferenciados foram construídos para caracterização da distribuição da disponibilidade de alimentos ultraprocessados no território, segundo variáveis sociodemográficas. Resultado: Um total de 649 comércios varejistas foram analisados, sendo a maior parte classificados como mercados de bairro (25,4%). Supermercado foi a categoria de comércio com escore mais elevado de disponibilidade de alimentos ultraprocessados (escore total: 93), seguido dos mercados de bairro (escore total: 75). Entre os tipos de alimentos ultraprocessados analisados as balas, refrigerantes e salgadinhos estiveram disponíveis em 60% dos estabelecimentos auditados. A subcategoria bebidas açucaradas foi a mais frequente em 9 das 11 categorias de comércio. Escores mais elevados foram observados em regiões de menor renda, maior porcentagem de população preta, parda, amarela e indígena e maior número de moradores por domicílio (p<0,001). Conclusão: Foi possível mostrar por meio de um processo de auditoria que os mercados de bairro são os estabelecimentos comerciais mais predominantes no município e estão em segundo lugar na maior disponibilidade de alimentos ultraprocessados. Os bairros mais periféricos e de maior vulnerabilidade social são os mais afetados pela alta exposição aos alimentos ultraprocessados em diferentes tipos de comércios. A relação entre o escore de disponibilidade de alimentos ultraprocessados e fatores sociodemográficos da região indica desigualdade na exposição aos alimentos não saudáveis e não recomendados pelo Guia Alimentar para a População Brasileira. Nesse sentido é fundamental gerar incentivos e possibilidades para criar um ambiente alimentar do consumidor que favoreça escolhas alimentares mais saudáveis, em especial pela população mais vulnerável. |