Consumo alimentar segundo grau de processamento e sua associação com fatores de risco em adolescentes no município de Juiz de Fora, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo, Adriana Soares Torres lattes
Orientador(a): Mendes, Ana Paula Carlos Cândido lattes
Banca de defesa: Pereira, Rosângela Alves lattes, Pereira Netto, Michele lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11720
Resumo: Ao longo dos anos, observa-se aumento no consumo de alimentos ultraprocessados em detrimento dos alimentos in natura, principalmente entre a população mais jovem. Essas mudanças de padrões alimentares, com aumento do consumo de alimentos ultraprocessados têm sido associadas ao surgimento de diversos agravos a saúde, como excesso de peso, alterações metabólicas e de pressão arterial. Essas alterações, quando presentes ainda em idade precoce, podem permanecer na vida adulta. O objetivo do estudo foi avaliar o consumo alimentar segundo grau de processamento industrial de alimentos, bem como a sua associação com fatores de risco em adolescentes entre 14 e 19 anos de escolas públicas no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. Trata-se de um estudo epidemiológico, de delineamento transversal, incluindo adolescentes de ambos os sexos, de escolas públicas. Foram obtidos dados sociodemográficos, (idade, sexo, escolaridade dos responsáveis e estrato socioeconômico), antropométricos (peso, altura, perímetro do pescoço e cintura e percentual de gordura corporal por bioimpedância elétrica bipolar), bioquímicos e clínicos (colesterol total, HDL-c, LDL-c, triglicerídeos, glicemia de jejum e pressão arterial sistólica e diastólica), comportamentais (prática regular de atividade física e tempo de tela) e de consumo alimentar, através da aplicação de dois recordatórios alimentares de 24 horas. Os alimentos foram agrupados de acordo com a classificação NOVA segundo grau de processamento industrial: a) alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários e preparações a base desses alimentos; b) alimentos processados; c) alimentos ultraprocessados. Foi utilizada uma Tabela de Composição de Alimentos para a estimativa da contribuição energética e de macronutrientes, sendo os dados posteriormente ajustados pelo Multiple Source Method (MSM). Foram avaliados 804 adolescentes com média de idade de 16,1 ± 1,2 anos, com predomínio do sexo feminino (57,5%, n=462). Se autodeclararam pretos/ negros ou pardos 62,4% (n=497), 70,0% encontravam-se em eutrofia (n=561) e com níveis pressóricos normais (84,4%, n=677). Apenas 16,5% (n=133) praticavam exercícios por tempo ≥ 420 minutos/semana e 91,8% (n=738) apresentaram tempo de tela superior a duas horas. A média de consumo calórico da amostra foi de 2137,66 ± 478,98 kcal; 43,1% eram provenientes de alimentos in natura, 11,0% de alimentos processados e 45,9% de alimentos ultraprocessados. A participação dos ultraprocessados foi maior entre as adolescentes do sexo feminino. Foram encontradas associações diretas entre consumo de alimentos ultraprocessados e o estrato socioeconômico, tempo de tela e a HDL-c. Ao passo que, foram observadas associações inversas entre o consumo de alimentos in natura e o estrato socioeconômico e níveis séricos de HDL-c. Foi observado elevado consumo de alimentos ultraprocessados entre adolescentes de escolas públicas, estando associado a diversos fatores de risco que favorecem a desfechos negativos a saúde. Reforça-se a importância da realização de ações e intervenções que conscientizem acerca da adoção de hábitos de vida saudáveis.