Efeito das fontes de financiamento sobre a sensibilidade do investimento ao fluxo de caixa: evidências para o Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Eça, João Paulo Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-05022020-123033/
Resumo: Em mercados imperfeitos, caracterizados por forte presença de custos de falência, de custos de agência e de assimetria de informação entre os agentes, há imposição de restrição por parte dos credores à capacidade de financiamento externo das firmas. Com isso, considera-se que o investimento de empresas que sofrem restrição ao financiamento externo é dependente da geração de recursos internos (investimentos mais sensíveis ao fluxo de caixa). Entretanto, ao reconhecer que existem diferentes tipos de credores, os quais possuem características distintas entre eles, é possível que a restrição financeira sofrida pelas empresas possa ser diferente conforme a fonte de crédito utilizada pela empresa. O que se questiona neste estudo é se as diferentes fontes de financiamento utilizadas pelas empresas são capazes de reduzir a sensibilidade do investimento ao fluxo de caixa e, consequentemente, a restrição financeira das firmas. Para responder a esta pergunta, o estudo contou com uma amostra de 153 companhias do setor industrial, tanto de capital aberto quanto de capital fechado, que foi subdividida entre firmas restritas financeiramente e não restritas (pelos critérios tamanho e rating). O modelo escolhido como base para as análises foi o de sensibilidade do investimento ao fluxo de caixa, comumente utilizado em pesquisas que tratam de restrição financeira. Após as estimações pelo modelo de efeitos fixos para dados em painel, alguns resultados persistiram, a saber: i) a presença de sensibilidade do investimento ao fluxo de caixa para o grupo de empresas consideradas financeiramente restritas; ii) a relação não significativa entre as variáveis representativas do crédito bancário e subsidiado sobre a restrição financeira das empresas restritas (sensibilidade do investimento ao fluxo de caixa) e iii) a relação negativa e significante entre a participação moderada da dívida de mercado de capitais e a restrição financeira das empresas restritas (sensibilidade negativa do investimento ao fluxo de caixa). Análises adicionais mostraram que as empresas que possuem participação moderada da dívida de mercado de capitais, em geral, têm maior heterogeneidade em sua estrutura de dívida, ou seja, acessam diferentes fontes de financiamento. Além disso, o estudo mostrou que as empresas que possuem acesso às diferentes fontes de financiamento aumentam seus investimentos nos períodos em que apresentam resultados adversos (queda do lucro ou, até mesmo, prejuízo contábil). Ao atingir resultados superiores nos exercícios subsequentes, essas empresas, em média, reduzem o volume de investimento. Tal comportamento explica, portanto, a sensibilidade negativa do investimento ao fluxo de caixa.