Espaços de sociabilidade das populações negras em São Paulo: as escolas de samba e suas intersecções com os movimentos associativos (1949-1978)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Baronetti, Bruno Sanches
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-24062021-184504/
Resumo: Esta pesquisa analisa os espaços de sociabilidades das populações negras em São Paulo e suas intersecções às agremiações carnavalescas período entre 1949 e 1978. E a partir dessas intersecções irá interpretar o papel e a importância que os cordões carnavalescos e escolas de samba tiveram para a população negra na cidade de São Paulo a partir das suas próprias posições e das relações estabelecidas com outros espaços associativos negros de caráter político, social, cultural, religioso e esportivo. A tese demonstra que houve um protagonismo das agremiações carnavalescas (cordões e escolas de samba) dentro do movimento negro paulistano, ocupando papel central do associativismo negro e em torno delas orbitaram dezenas de entidades dos mais diversos tipos. O carnaval de rua negro inicia-se no pós-abolição, em 1914, com a fundação do grupo carnavalesco Barra Funda, e ao contrário de muitos outros segmentos associativos como clubes, times de futebol, associações e até mesmo templos religiosos que foram surgindo e desaparecendo, as entidades carnavalescas negras atravessaram o século XX e nela militaram os principais ativistas do movimento negro paulistano. Surgida nos redutos negros tradicionais, as agremiações carnavalescas conseguiram sobreviver, se adaptar às transformações urbanas e ao crescimento populacional de São Paulo, formar novas lideranças, expandir-se por todas as regiões da cidade e converter-se a partir da oficialização no principal evento festivo e turístico da cidade. Buscou-se compreender as articulações e demandas do movimento negro paulistano a partir do processo de redemocratização do país ao fim do Estado Novo, com o surgimento de entidades e agremiações, tendo como marco inicial a fundação da escola de samba Nenê de Vila Matilde, em 1949, e as transformações após a oficialização do carnaval negro de rua, em 1968, suas consequências até a participação de seus dirigentes e integrantes na rearticulação do movimento negro no final da década de 1970 e como se deu essa integração feita pelas escolas de samba e pelos movimentos sociais em um contexto autoritário de vigência de uma ditadura militar no Brasil.