A escola de samba “tira o negro do local da informalidade”: agências e associativismos negros a partir da trajetória de Mano Eloy (1930-1940)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Barbosa, Alessandra Tavares de Souza Pessanha lattes
Orientador(a): Nascimento, Álvaro Pereira do
Banca de defesa: Nascimento, Álvaro Pereira do, Costa, Carlos Eduardo Coutinho da, Abreu, Martha Campos, Nepomuceno, Eric Brasil, Silva, Fernanda Oliveira da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10061
Resumo: Este estudo tem como enfoque a trajetória de Eloy Anthero Dias, conhecido como Mano Eloy. Nos redutos em que circulava, foi trabalhador do porto, líder da Sociedade de Resistência, macumbeiro, jongueiro respeitado e sambista pioneiro. Mano Eloy foi um dos personagens negros que se deslocou do Vale do Paraíba para o Rio de Janeiro, tornando-se conhecido e respeitado por seus contemporâneos. Indício claro de sua notabilidade são as diferentes menções encontradas nos periódicos da época. Considerado por seus contemporâneos, mas pouco lembrado décadas depois de sua morte, Mano Eloy e suas experiências, fazem parte da memória dos espaços de trabalho, música e religiosidade negra do Rio de Janeiro no pós-abolição. Nesse estudo, no entanto, o enfoque será dado a sua relação com as escolas de samba, não perdendo de vista suas múltiplas facetas. Sua chegada a cidade do Rio de Janeiro, por volta dos seus 16 anos é um dos exemplos das diferentes formas de migração adotadas pela população negra nas primeiras décadas após a abolição do sistema escravista. O estudo de episódios de sua trajetória, assim como de muitos outros homens e mulheres negras, são caminhos para a ampliação e compreensão das multiplicidades das experiências negras no agenciamento de suas contingências cotidianas, diante do panorama social que se descortinava. Desta forma, as experiências que compuseram as identidades de Mano Eloy, são percebidas como justapostas e forjadas na relação entre diferentes indivíduos que partilhavam espaços de vivência, de negociações políticas e sociais em uma perspectiva que contempla o pós-abolição como conceito e campo que vai além dos anos imediatamente posteriores à assinatura da lei que aboliu o sistema escravista, mas como um panorama que esteve e continua a se colocar na forma do racismo, da exclusão e do silenciamento das vivências e contribuições da população negra à sociedade brasileira.