Escrita e Ato: as cartas de suicídio enquanto um testemunho da juventude

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barbosa, Luiza Harger
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-25102023-223530/
Resumo: Este trabalho tem como objetivo geral Acessar cartas de suicídio escritas por jovens enquanto espaço possível de testemunho da juventude, propondo possibilidades de contribuição que a teoria psicanalitica oferece frente a relação que esses adolescentes estabelecem com o Outro destinatário. Enfatiza-se o compromisso ético desta pesquisa que, para além de cumprir com orientações legais, também se ampara nos registros que estes transmitiram: o registro de suas palavras no papel, e o registro do ato no corpo - a partir do acesso à cartas de suicídio deixada por jovens que anteciparam seu encontro com a morte. Propomos um percurso que toma a palavra dos suicídas como método de investigação, baseado na clínica do escrito proposta de Allouch. Logo, no que diz respeito aos procedimentos, foram recuperadas cartas e bilhetes deixados por adolescentes que cometeram suicídio, a partir da solicitação de acesso a Inquéritos Concluídos no Tribunal de Justiça de São Paulo. (1984). Durante nosso percurso de investigação, apoiamos no referencial teórico psicanalítico, a partir do qual realizamos uma investigação acerca dos três principais conceitos que fundamentam essa pesquisa: escrita, adolescencia e suicídio. Como resultados encontramos sete cartas, escritas entre os anos de 1913 e 2011 por jovens que à época tinham entre 18 e 24 anos. A partir da aproximação e do conteúdo presente nas cartas, propomos três eixos de leitura para a apreciação do material: A dimensão da Culpa; A dimensão Ideal e A dimensão da Falta. Com estes três operadores foi-nos possível acompanhar os modos como Outro é operado e produz efeitos na dimensão subjetiva e consequentemente formas de enlaçamento que se atualizam no percorrer do tempo