Testemunho e transmissão : do excesso à produção de um saber

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Lerner, Simone
Orientador(a): Moschen, Simone Zanon
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/107932
Resumo: O percurso desta tese partiu de uma inquietação, decorrente do encontro com um processo de trabalho no campo da clínica das psicoses, referente à necessidade de que algo (relacionado ao trabalho clínico com a psicose) ganhasse passagem. No campo de produções na cultura, delineou-se a questão da pesquisa: a articulação entre uma vivência da dimensão do excessivo e a subsequente necessidade de produzir uma perda no campo do Outro, por meio da produção de um saber, de algo endereçável. Perguntamo-nos sobre os efeitos desses encontros com o excessivo, quando o sujeito estaria na condição de testemunha de uma vivência alheia que lhe chegaria através de produções culturais (orais, escritas, imagéticas) deles decorrentes. Buscamos, na psicanálise freudo-lacaniana, as articulações teórico-conceituais para sustentar a formulação relativa à (re)inscrição da disjunção, que separa e coloca em relação (ao modo de uma torção, como a da Banda de Moebius) os campos do sujeito e do Outro, e que teria se suspendido em uma vivência do excesso. Refletindo sobre a produção de um saber, trabalhamos com as noções de experiência, testemunho, transmissão e endereçamento, tomando, além de elementos da literatura de testemunho e de fragmentos da criação de filmes, a produção do CD com livreto Minha Longa Milonga – 12 Canções para Keidânia, do artista porto-alegrense Claudio Levitan. O percurso da pesquisa nos permitiu concluir que haveria uma peculiaridade nessas produções, a saber, a força da dimensão de permanência com que são dotadas, no sentido de replicar, naquele que as receberia, tanto a vivência de um excesso, quanto a necessidade subsequente de fazer algo com isso, de seguir inventando palavras. Dessa forma, o circuito se recolocaria: um novo saber se produziria e assim sucessivamente, da forma como a cada um fosse possível tornar própria uma experiência, transmitindo-a.