Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Moraes, Thiago Mazzoli Pedroso de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-15092021-161832/
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Resumo: |
Intrudução: O traumatismo cranioencefálico (TCE) é uma das doenças mais incapacitantes do ponto de vista socioeconomico em adultos jovens. O comprometimento cognitivo causado às vítimas de TCE pode trazer prejuízos para a sociedade e sobrecarregar os familiares. Lesões frontais podem afetar as funções executivas (FE) que são habilidades e processos cognitivos fundamentais para o cotidiano do indivíduo. Até o momento não existem resultados satisfatórios com métodos de tratamentos convencionais para os distúrbios cognitivos, em especial disfunções executivas. O uso de realidade virtual (RV) imersiva pode proporcionar aos profissionais da saúde uma alternativa para treinamentos cognitivos que seriam muito custosos ou perigosos de serem realizados na vida real. Objetivo: avaliar possíveis efeitos precoce e tardio do treinamento cognitivo com RV sobre as funções executivas de pacientes com TCE moderado e grave Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo, unicêntrico que avaliou 13 vítimas de TCE moderado e grave do sexo masculino. Foram realizadas 12 sessões de treinamento cognitivo com foco em funções executivas e com duração aproximada de 20 minutos cada. No final de cada sessão de treinamento cognitivo os participantes respondiam questionário de sintomas de cybersickness. Todos os participantes realizaram avaliação neuropsicológica (ANP) e avaliação de humor em três momentos (BDI-II e BAI): antes da intervenção (A1), em até uma semana após o término da última sessão de treinamento cognitivo (A2) e após três meses da última avaliação (A3). Os instrumentos da ANP foram focados em avaliar funções executivas, memória e velocidade de processamento. O desfecho primário desse estudo foi o escore composto dos instrumentos de funções executivas. Resultados: Os escores compostos de FE foram em média -1,33 (DP ± 0,46), -1,13 (DP ± 0,52) e -0,99 (DP ± 0,64) nos momentos A1, A2 e A3, respectivamente. Houve diferença significativa entre os escores de FE (análise de variância ANOVA) e avaliações F (2,24) = 7,32, p < 0,01. Análises post-hoc com correção de Bonferroni revelaram diferenças apenas entre A1 e A3 (p = 0,02). Foram realizadas análises individuais dos testes (n = 5) que compuseram o escore composto de FE e apenas o instrumento de avaliação de flexibilidade mental demonstrou diferença estatística entre A1 e A3 (p < 0,01). Observou-se ainda que pacientes que possuíram pior desempenho de FE em A1 cometeram mais erros (r(11) = -0,85, p < 0,01) e demoraram mais tempo para completar as sessões (rs = -0,71, p < 0,01). As análises do efeito da intervençõe sobre velocidade de processamento (p = 0,74) e memória (p = 0,26) não apresentaram diferenças estatisticamente significativa. Apesar dos pacientes possuírem pontuação menor na avaliação de humor entre as avaliações, não houve diferença estatística significativa. Os pacientes apresentaram poucos sintomas de cybersickness, pontuando em média 4,33 (DP ± 4,06, pontuação máxima neste instrumento de 48 pontos) após as sessões. Conclusão: Os pacientes deste estudo conseguiram realizar todas as atividades propostas com pouco ou nenhum sintoma de cybersickness. O método proposto pode ser uma alternativa às técnicas convencionais e demonstrou um efeito preliminar sobre as funções executivas em pacientes com TCE moderado e grave. |