Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Lillian Caroline |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-05122024-151338/
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Resumo: |
Introdução: A mensuração de biomarcadores específicos do cérebro que são liberados após os danos celulares de vítimas de trauma cranioencefálico (TCE) podem ser ferramentas para diagnóstico de gravidade e estimativa de prognóstico. O S100B é um biomarcador identificado na saliva; contudo, são escassas as pesquisas com esse biofluido, cuja coleta requer um método simples e rápido. Objetivo: analisar a capacidade prognóstica e diagnóstica do S100B coletado na saliva de vítimas de TCE contuso moderado/grave. Método: Coorte prospectiva em duas instituições referências para atendimento de TCE. Os critérios de inclusão foram: idade >-18 e <60 anos, pontuação na Escala de Coma de Glasgow de 3 a 12 na admissão hospitalar, atendimento nos locais de estudo até quatro horas do evento traumático e apresentar TCE contuso como lesão principal. Foram coletadas duas amostras de saliva (3ª e 6ª hora pós-trauma) e uma amostra de sangue/plasma (3ª hora). A capacidade funcional foi mensurada pela Glasgow Outcome Scale versões Discharge (na alta) e Extended (aos 3 meses pós-trauma). Foram recrutados 20 sujeitos sem TCE para compor o grupo controle e 25 indivíduos com essa lesão. As comparações das concentrações do S100B foram feitas pelo teste de Mann-Whitney ou t de Student, a depender da distribuição dos dados, verificada pelo teste de Shapiro-Wilk. A comparação da concentração entre as amostras de saliva coletadas na 3ª e 6ª hora pós-trauma foi realizada pelo teste de Wilcoxon. A área sob a curva Receiver Operating Characteristics (AUC/ROC) foi aplicada para avaliar a capacidade prognóstica e diagnóstica do S100B. Resultados: a idade média das vítimas de TCE foi de 41,48 anos, 15 delas apresentavam lesão grave e 10 moderada. Vítimas de TCE apresentaram maiores níveis de S100B do que o grupo controle no plasma e saliva coletados na 3ª e 6ª hora quando analisado TCE moderado e grave em conjunto ou separadamente (p <- 0,05). A concentração de S100B no plasma foi maior do que na saliva em vítimas de TCE grave (p=0,0073) e similar entre esses dois biofluidos nos casos de lesão moderada (p=0,2395). Na saliva houve redução na concentração do biomarcador entre a 3ª e 6ª hora após trauma (p<-0,05). Não houve diferenças na concentração do S100B de mortos e sobreviventes no plasma e saliva da 3ª e 6ª hora após trauma (p>0,05). A maior AUC/ROC para estado vital aos 14 dias foi 0,67 (IC95%=0,37-0,96) observada na amostra de saliva da 6ª hora após trauma. Nessa mesma amostra foi verificada a maior AUC/ROC para capacidade funcional, 0,76 (IC95%=0,57-0,94), constatada em relação ao desfecho da alta hospitalar. Ainda nessa amostra foi identificada maior concentração do S100B em indivíduos que apresentaram desfechos desfavoráveis do que favoráveis (p=0,02). Não foi evidenciada diferença na concentração de S100B entre vítimas de TCE moderado e grave (p>0,05) e a maior AUC/ROC foi constatada no plasma (0,71; IC95%=0,47-0,96) e na saliva obtida na 6ª hora (0,70; IC95%=0,47-0,93). Conclusão: as concentrações de S100B na saliva são um biomarcador promissor para o diagnóstico e prognóstico de vítimas de TCE moderado e grave. |