Período pós-parto: práticas de cuidado adotadas pela puérpera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Baraldi, Nayara Girardi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-18122012-105359/
Resumo: O puerpério é considerado uma fase de modificações biossocioculturais que, muitas vezes, não são compreendidas pela mulher, o que exige maior atenção dos profissionais, dos familiares e das redes de contato envolvidos em seu cuidado. A literatura e a prática profissional mostram que as crenças sobre o cuidado da puérpera têm relevância em seu cotidiano e, muitas vezes, se sobrepõem às orientações recebidas na instituição de saúde. Diante desta situação, este estudo teve como objetivo: explorar as práticas de cuidado adotadas no pós-parto pela mulher usuária de uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Rio Claro, SP. Trata-se de estudo qualitativo, que teve como referencial teórico o Modelo de Competência Cultural de Purnell e cujos dados foram tratados pelo Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa e atendeu à Resolução 196/96. Os dados foram coletados em 2011, por meio de entrevistas realizadas com 20 puérperas entre o 30º e 45º dias de pós-parto. Identificou-se a condição sociodemográfica e familiar das entrevistadas, além de sua vivência no puerpério. Os dados mostraram que as puérperas eram jovens, apresentavam baixo índice de tabagismo, etilismo e drogadição, com renda média em torno de 3 salários mínimos. Os relatos obtidos originaram 21 DSC, cujos conteúdos mostraram a influência de crenças sobre as práticas de cuidado no puerpério; crenças que foram transmitidas intergerações pelos cuidadores de sua rede familiar e cultural. Os profissionais de saúde se fizeram presentes por meio de orientações de práticas, com enfoque no biológico, oferecidas de maneira verticalizada e, por vezes, fragmentada e divergente, o que demonstrou sua dificuldade em acompanhar as influências culturais envolvidas no processo. Por conta disso, as práticas de cuidado no puerpério sofreram maior influência das crenças e dos padrões da cultura da mulher, como também das informações obtidas na internet, que preencheram lacunas e apontaram caminhos para a mulher seguir com maior segurança nesta fase do ciclo gravídico-puerperal. Diante dos achados, propõem-se o estabelecimento de estratégias para incorporação da bagagem cultural da mulher à assistência prestada pelo profissional de saúde, de modo a prover o cuidado culturalmente competente; a programação de grupos voltados à educação em saúde, focados na vivência do puerpério, para a mulher e sua rede de contato; a implementação da Estratégia Saúde da Família; e a inclusão do egresso de curso de Obstetrícia nos programas de saúde dos municípios, para agregar este novo profissional no cuidado da mulher e de seu recém-nascido.