Uma visão psicanalítica sobre pacientes com transtornos alimentares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lucas, Maria Salete Junqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15729
Resumo: Considerando que os transtornos alimentares são patologias cuja incidência é crescente no cenário contemporâneo e podem levar à morte ou à incapacitação física e emocional, esta pesquisa tem o objetivo de compreender o sofrimento de pacientes com transtorno alimentar, a fim de possibilitar reflexões teóricas que iluminem as práticas clínicas nesta área. Trata-se de pesquisa qualitativa de orientação psicanalítica, cujo enfoque winnicottiano apoia-se sobre o pressuposto de que o transtorno alimentar constitui-se como organização defensiva de dupla função, uma que informa sobre uma débil integração psicossomática, enquanto outra atesta a esperança de que o processo de integração seja retomado. Como participantes deste estudo foram convidados quatro pacientes adultos voluntários dentre aqueles que buscam o serviço de uma clínica-escola de uma universidade do interior de São Paulo. Como procedimento investigativo foram realizadas entrevistas iniciais inspiradas nas Consultas Terapêuticas de Winnicott, com o objetivo de estabelecer um diagnóstico psicanalítico e uma orientação terapêutica para cada paciente, enquadre que já faz parte do protocolo de atendimento da instituição onde foi desenvolvido este estudo, além de sessões de psicoterapia com os participantes. As entrevistas e as sessões foram registradas logo após o encontro com cada um dos participantes, sob a forma de narrativas as quais foram analisadas à luz da psicanálise winnicottiana. O material clínico assim obtido aponta para experiências que não puderam ser vividas em um campo de angústias indizíveis, ensejando defesas que ameaçam a integração psicossomática do individuo, ao mesmo tempo que buscam restabeler a integração perdida. Destacamos a necessidade de um trabalho de sustentação do sofrimento da família do paciente que, dessa forma, passa a ser coadjuvante de seu tratamento, além do papel da cultura da magreza nesse tipo de sofrimento. Pudemos ainda atestar nos encontros com os participantes deste estudo que uma relação terapêutica afinada às necessidades emocionais do paciente com transtorno alimentar é condição necessária para lidar com experiências extremas que são marcadas pelo excesso ou pela privação sem jamais encontrar um ponto de equilíbrio ou de repouso.