Perfis sócio-demográfico e epidemiológico e situação de saúde dos assentados de um projeto de reforma agrária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Scarlet Feitosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-03102022-092552/
Resumo: Assentamentos rurais são denominados como uma unidade associativa, autônoma e gerida pelos trabalhadores rurais que os compõem sob a finalidade de fomentar o desenvolvimento socio-econômico da área, advindas da reforma agrária, para o cultivo e produção agrícola. As investigações sobre o modo de vida e saúde nessa população ainda são incipientes e se concentram na região nordeste do Brasil. Ainda não é de conhecimento da comunidade científica dados que caracterizam o perfil sócio-demográfico e epidemiológico dos assentados, que podem contribuir para o direcionamento de ações específicas em saúde. Os objetivos do presente estudo se constituem em descrever o perfil sócio-econômico, demográfico, epidemiológico e de situação de saúde dos assentados adultos que vivem há pelo menos um ano no Assentamento Mário Lago no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Fazenda da Barra em Ribeirão Preto, SP. Como objetivos específicos serão investigados as condições de saneamento, a ocorrência de acidentes de trabalho rural, as exposições prévias a produtos químicos de uso agrícola, o nível de atividade física e o enfrentamento à pandemia de COVID-19. Trata-se de um estudo transversal com amostragem estratificada e representativa do assentamento. O assentamento Mário Lago foi dividido em 17 estratos, sendo calculado um tamanho amostral mínimo de 158 adultos assentados. As análises realizadas utilizaram modelos de regressão logística (log-binomial). Foram entrevistadas 158 pessoas em 116 domicílios, sendo 73 homens (46,2%) e 85 mulheres (53,8%). A idade dos entrevistados variou entre 18 e 84 anos, com uma média de 56,4 anos e um desvio padrão de 13,8 anos. As morbidades mais frequentemente relatadas pelos participantes foram a ansiedade (53,2%), hipertensão (52,5%), doenças reumáticas (44,3%), e dengue (37,3%). 55 participantes desempenham atividade rural, destes, 81,8% realizam há mais de 5 anos. Os sintomas comuns da COVID-19 mais persistentes foram fraqueza muscular, fadiga e dor. A imensa maioria (93,7%) recebeu vacina. A luta pela terra e pela reforma agrária é uma história marcada pela desigualdade social com condições de trabalho e de vida muito precárias. São necessárias políticas públicas e investimento em ações intersetoriais para a melhoria da qualidade de vida deste grupo.