Perfil epidemiológico dos casos de sífilis notificados nas regiões ampliadas de saúde do Jequitinhonha e nordeste de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Suzane Fonseca
Orientador(a): Oliveira, Leida Calegário de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://acervo.ufvjm.edu.br/items/8f2172e3-cc4d-41e6-bb14-77be5ef8e8bc
Resumo: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) são consideradas um grave problema de saúde pública. Sendo a Sífilis uma IST conhecida mundialmente há mais de 500 anos, o aumento da incidência de casos desta doença atualmente vem preocupando a saúde pública devido às complicações perinatais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a infecção atinge mais de 12 milhões de pessoas mundialmente e, apesar do Sistema Único de Saúde oferecer diagnóstico e tratamento gratuito para a população, tem-se evidenciado um aumento dos casos de Sífilis no país, nos últimos cinco anos. No Brasil, de 2010 a 2017 a taxa de incidência de Sífilis Congênita aumentou de 2,4 para 8,6 casos por mil nascidos vivos. A taxa de detecção de Sífilis em Gestantes passou de 3,5 para 17,2 casos por mil nascidos vivos e a taxa de incidência de Sífilis Adquirida aumentou de 2,0 casos por 100 mil habitantes em 2010 para 58,1 casos por 100 mil habitantes em 2017, demonstrando um aumento expressivo. Sendo assim, esta pesquisa propôs identificar a quantidade de casos de Sífilis nos municípios que integram a Região Ampliada de Saúde Jequitinhonha (RASJ) e a Região Ampliada de Saúde Nordeste (RASN) de Minas Gerais, descrevendo assim o Perfil epidemiológico dos casos de Sífilis notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2012 a 2017. Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, com coorte transversal, descritivo, de natureza quantitativa. A pesquisa foi composta por 1.330 notificações de casos de Sífilis do SINAN. Os dados foram coletados no banco de dados de notificações da Superintendência Regional de Saúde de Diamantina e de Teófilo Otoni, no segundo semestre de 2018, por meio de análise do banco de dados do SINAN. Os dados foram coletados e atualizados até 17/10/2018, sendo tabulados por meio de software estatístico Statistical Package Social Science, versão 21.0. Realizaram-se análises descritivas das variáveis, com a apresentação de frequências absolutas (n) e relativas (%). A pesquisa atende à Resolução CNS 466/2012, tendo obtido aprovação por meio do parecer Nº 2.901.538 de 18 de setembro de 2018. A partir da análise dos dados foi possível demonstrar que entre os anos de 2012 a 2017, foram notificados 1.330 casos de Sífilis nas RASJ e RASN. Destes, 601 casos foram de Sífilis Adquirida (81 casos notificados na RASJ e 520 na RASN), observando-se uma incidência de 5,28 casos/100.000 habitantes na RASJ, representando um aumento de 445,23% em cinco anos, enquanto que na RASN a incidência foi de 11,11casos/100.000 habitantes, representando um aumento de 355,06% em apenas quatro anos. Quanto à Sífilis em Gestantes, foram notificados 455 casos (59 na RASJ e 396 na RASN), sendo observada uma incidência de 34,20 casos/10.000 nascidos vivos, correspondendo a um aumento de 442,61% em quatro anos, enquanto que na RASN foi observada uma incidência de 64,58 casos/10.000 nascidos vivos e um aumento de 620,08% em cinco anos. Em relação à Sífilis Congênita, foram notificados 274 casos (12 na RASJ e 262 na RASN), com uma incidência de 6,98 casos/10.000 nascidos vivos, correspondendo a um aumento de 49,71% em apenas quatro anos (na RASJ), enquanto que na RASN houve uma incidência de 41,15 casos/10.000 nascidos vivos e um aumento de 317,63% em cinco anos. Observou-se um aumento do número de casos de Sífilis tanto na RASJ quanto na RASN, podendo este estar associado, em parte, ao aprimoramento do sistema de vigilância e implementação de políticas públicas para diagnóstico da doença. Mesmo com essas melhorias, sugere-se a ampliação de ações de educação permanente para os profissionais de saúde, buscando uma maior efetividade do processo de rastreamento, diagnóstico e tratamento precoce da doença. Sugere-se ainda a implementação de ações de educação em saúde para a população das RASJ e RASN como medida para maior controle da Sífilis.