Dengue no município de São Paulo: uma análise por geoprocessamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Vilaça, Pedro José
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-29092022-150244/
Resumo: A dengue tomou-se um grande problema em muitos centros urbanos modernos, uma vez que tais locais fornecem os contextos propícios à ocorrência desta endemia. As características inerentes aos processos de urbanização vivenciadas pelas metrópoles brasileiras, como o município de São Paulo, criaram condições favoráveis à disseminação do vetor e à instalação de epidemias através da introdução do vírus via casos importados. A cidade de São Paulo, contudo, sempre registrara uma preponderância de casos importados sobre os autóctones até o ano de 2003, quando o município experimentou uma epidemia marcada pela transmissão local do agravo (incidência de 7,2 casos/100.000 habitantes, sendo confirmados 787 casos autóctones e 779 casos importados). A identificação dos locais que albergaram aglomerados de casos, bem como sua caracterização do ponto de vista demográfico e socioeconômico, forneceriam informações relevantes acerca do comportamento espacial dessa enfermidade, especialmente em ambientes urbanos complexos como a cidade de São Paulo. Nesse sentido, as técnicas de geoprocessamento e, em especial, o Sistema de Informação Geográfica (SIG) fornecem uma nova estratégia de abordagem do espaço no contexto dos estudos epidemiológicos. A estimação de densidade de kernel, uma das ferramentas de análise espacial encerradas no SIG, permite a identificação e delimitação de aglomerados espaciais de casos, bem como de características demográficas e socioeconômicas que compõem os diferentes recortes do ambiente urbano. Os casos importados apresentaram um padrão de dispersão maior, sendo registrados na maioria dos distritos administrativos e formando um grande aglomerado espacial abrangendo distritos da região central, de melhor perfil socioeconômico, maior densidade populacional e de maior densidade de domicílios. Os autóctones demonstraram uma menor dispersão espacial, poupando vários distritos e formando quatro grandes aglomerados disjuntos espacialmente e abrangendo áreas mais periféricas da cidade, exceto no distrito da Mooca. Os locais que albergaram aglomerados espaciais de casos autóctones apresentavam menor densidade populacional, menor densidade de domicílios, concentração de renda desfavorável e pior escolaridade.