Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Rondello, Iago Checo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-21052021-140440/
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Resumo: |
Esta dissertação analisa a participação da comunidade de assistência financeira internacional - sobretudo do Banco Mundial - nos territórios palestinos ocupados (TPO) da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, a partir dos \"processos de paz\" entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Partindo de um debate teórico sobre o neoliberalismo e uma análise de sua consolidação nos anos 1990, busca-se localizar os \"processos de paz\", e particularmente a assistência externa impulsionada por eles, como fonte de profundas transformações na economia, política e sociedade palestinas da Cisjordânia e Faixa de Gaza. Argumenta-se que os financiadores internacionais - por meio de projetos de desenvolvimento - incentivaram uma série de transformações locais, em sintonia com as tendências neoliberais globais e com as reestruturações operadas pelos \"processos de paz\" na matriz de controle colonial de Israel sobre os TPO. Por meio da análise de documentos de projetos realizados pelo Banco Mundial (e, em menor grau, pela USAID), analisa-se como a assistência financeira internacional enquadrou o objetivo de desenvolver os territórios palestinos, e como esse objetivo se traduziu em prescrições de privatização, financeirização, liberalização comercial e boa governança. Argumenta-se que as transformações impulsionadas repõem estruturas de dominação colonial existentes, expressas na contínua soberania israelense sobre os territórios - não questionada pelos \"processos de paz\". Buscando compreender o neoliberalismo em suas transformações também das esferas sociais e políticas, são analisados projetos voltados a organizações não governamentais palestinas, bem como a mobilização da noção de uma \"sociedade civil palestina\". Em particular, argumenta-se que processos de profissionalização e despolitização em chave neoliberal dos modelos de organização social trazem consequências negativas às capacidades de resistência de uma sociedade submetida a uma contínua ocupação colonial. Busca-se observar as articulações do neoliberalismo com estruturas coloniais de dominação, analisando a assistência internacional enquanto agente de transformações neoliberais em contextos coloniais, como aquele dos territórios palestinos ocupados. |