Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Huberman, Bruno [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/202339
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Resumo: |
Desde os anos 2000, o governo israelense de Jerusalém Oriental começou a implementar uma série de políticas para o desenvolvimento e a integração dos espaços e da população palestina residente da cidade em meio a uma série de revoltas sociais tanto de palestinos como de israelenses. Essas políticas orientadas pela razão neoliberal para a revitalização urbana, a capacitação profissional e a promoção do empreendedorismo dos nativos palestinos representam uma contradição em relação à história de alienação, despossessão e dedesenvolvimento de Jerusalém Oriental pelo poder colonial israelense para a judaização socioespacial da cidade. Em nenhum momento dessa fase de inclusão, entretanto, as medidas de exclusão foram interrompidas. Esta tese se debruça sobre a contradição entre o avanço do desenvolvimento neoliberal pelos israelenses em Jerusalém Oriental e a continuidade de políticas coloniais que alguns poderiam considerar “iliberais”. Em oposição àqueles que entendem o entrelaçamento ambivalente entre medidas coloniais e neoliberais como um paradoxo, antagonismos ou a construção de um multiculturalismo neoliberal decolonial, esta investigação argumenta que colonialismo e neoliberalismo seriam fenômenos que expressam singularidades da universalidade capitalista. A sua combinação permite a acumulação primitiva de capital ocorrer permanentemente por formas explicitamente coercitivas e baseadas na força, e também por meios progressistas e humanizados que funcionam como uma tecnologia fraudulenta de despossessão e controle dos subalternos em Jerusalém. A partir da análise das relações de raça e classe em Jerusalém, argumentamos que o neoliberalismo progressista e o urbanismo empreendedor seriam instrumentos despolitizados de pacificação dos palestinos e silenciamento da classe trabalhadora israelense. O colonialismo neoliberal representaria a síntese das contradições entre as suas tecnologias duras e suaves que permitem a reprodução das desigualdades raciais do governo colonial como resultados “naturais” das relações de mercado. A hegemonia neoliberal sobre a regulação social permite estancar as vulnerabilidades do regime colono, como na formação de um anticolonialismo neoliberal entre a resistência palestina. |