Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Roberto do Carmo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-01082007-150207/
|
Resumo: |
Desenvolvemos aqui um estudo comparativo entre as epopéias gregas, Ilíada e Odisséia, e as indianas, Mahbharata e Ramayana. Analisamos, primeiramente, similitudes existentes entre essas obras. Nessa primeira etapa, mostramos que elas utilizam procedimentos literários semelhantes, têm os mesmos objetivos e apresentam aspectos mitológicos semelhantes: heróis descendentes de deuses, conformidade nas características dos deuses e temas análogos, além de detalhes análogos relativos ao gênero épico clássico, tais como o tempo pretérito arquetípico, a narração em terceira pessoa e estruturas discursivas semelhantes. Após o desenvolvimento dessa análise, voltamos nossa atenção para a atitude de súplica dos personagens, com o objetivo de demonstrar algumas diferenças significativas entre as atitudes de súplica exibidas pelos heróis gregos e pelos heróis indianos. Podemos observar em todas essas epopéias um quadro semelhante referente à atitude de súplica que busca restabelecer a ordem alterada: o herói ora ao seu deus para obter proteção e força que o tornem capaz de derrotar o inimigo, causador da desordem. Para além desse quadro, no entanto, com análise mais atenta, podemos verificar que o suplicante revela também intenções mais íntimas, ligadas aos anseios referentes à sua vida futura e cujo estudo nos leva a conhecer concepções teológicas e filosóficas da sociedade da época de produção dessas obras. Com o conhecimento das diferenças entre certos conceitos pertinentes à cultura grega e cultura indiana, obtemos elementos para a compreensão das diferenças entre as atitudes de súplica apresentadas pelos heróis dos épicos referentes a essas culturas. Assim, esse relacionamento entre deuses e homens é um aspecto fundamental nessas obras. Faz parte dos valores determinados de antemão pelo destinador sóciohistórico, com os quais o sujeito da enunciação constrói esses discursos. Nessas construções lingüísticas da Antigüidade há um contrato veridictório proposto e assumido referente à exposição alegórica do poder de atuação dos heróis. Nesse contrato, o enunciatário aceita a proposta de que esse poder é conferido pelos deuses. Desse modo, o sujeito da enunciação se desdobra em enunciador e enunciatário, cujas caracterizações nos permitem ter acesso à enunciação. O estudo das diferenças entre as atitudes de súplicas dos heróis gregos e dos heróis indianos foi levado a cabo através de um exame da construção dos sujeitos, em que analisamos marcas diversas existentes no texto - que nos permitem recuperar a enunciação - e também temas sustentados por formações ideológicas. Assim, após inserir cada texto no contexto de sua formação ideológica, examinamos o sentido construído pelo sujeito do discurso de cada obra, e procuramos mostrar essas diferenças |