Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Mello, Jéssica Frutuoso [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/182254
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Resumo: |
Considerando as múltiplas representações que o herói Jasão recebe desde a Antiguidade, escolheu-se a epopeia de Valério Flaco, autor do século I d.C., como principal objeto de análise para refletir sobre a construção do líder dos argonautas. Oferece-se um panorama dos autores que trabalham com as narrativas relacionadas ao herói em obras literárias anteriores a Flaco, de modo a que se possa ter uma visão geral da tradição que foi construída acerca do herói e das diferenças que existem na abordagem do mito, o que poderia impactar a construção do herói. Nessa exposição, dá-se destaque à obra de Apolônio de Rodes, por ser considerada um marco no que se refere a essa construção, tendo em vista que o poeta trata da viagem dos argonautas em gênero épico, o que permitiria um maior detalhamento acerca de diversos aspectos do mito que poderiam não ser possíveis em um gênero mais curto, não predominantemente narrativo e em que a figura central não fosse o herói. Aborda-se a representação dada a Jasão por Valério Flaco, confrontando o herói, intrinsecamente, a seus companheiros de viagem e, extrinsecamente, a seus antecessores, de modo a refletir sobre essa nova inserção do herói em gênero épico em contexto latino. Assim, pretende-se analisar tanto a construção do herói isoladamente na obra em que está inserido quanto, ao mostrar as diversas possibilidades oferecidas por poetas anteriores, quais versões Valério Flaco poderia ter explorado, seja por um processo de eleição de modelo a ser seguido, filiando-se a uma tradição, seja pela negação de um paradigma, gerando, de qualquer modo, efeitos de sentido. Para isso, embora se dê ênfase para as variantes relacionadas ao mito da viagem dos argonautas, apresentam-se também outras possíveis fontes a que o autor poderia ter recorrido. Para que se possa demonstrar que a apropriação do modelo oferecido por Apolônio de Rodes ocorria de maneira vária em Roma e contrastar as abordagens do mito em Latim, refletindo também sobre questões de tradução e imitação, dedica-se uma seção ao estudo da obra de Varrão Atacino que teria produzido uma tradução completa da epopeia de Apolônio. Assim, oferece-se uma versão portuguesa de seus fragmentos supérstites e uma análise efetuada a partir da comparação do texto latino com o grego. Ao longo do texto, espera-se mostrar que Flaco parece construir, com originalidade e com apropriação dos modelos realizada de modos diversos, um herói mais afim aos modelos heroicos homéricos, plasmando algumas características que Jasão apresenta em Apolônio de Rodes com outras que aparecem no herói em outros autores, como Homero, Hesíodo e Píndaro, e acrescentando ainda aquelas presentes em seus pares que não integram o mito argonáutico, como as propostas por Virgílio. |