\"Harpa que se desfarpa\": forma e fragmento em O Guesa, de Sousândrade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Reinato, Pedro Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-17092015-165726/
Resumo: O objetivo desta tese é tratar da poesia de Joaquim de Sousândrade (1832-1902) como invenção no âmbito das práticas literárias da estética romântica do século XIX. Em especial serão estudados os seus processos de estilização e revisão crítica dos modelos da tradição literária do gênero épico. Ao longo do trabalho, será analisado o poema narrativo O Guesa (1888), eleito como representativo de uma perspectiva distinta do romantismo nacionalista brasileiro acerca do trabalho do poeta em relação às formas e aos gêneros poéticos. Nele pode ser observada a dissolução da noção de gênero épico, tal como na tipificação presente em preceptivas poéticas anteriores ao romantismo, possibilitando a produção de uma obra original. A narração de O Guesa assimila características do gênero épico e, no entanto, não pode ser classificada como tal, uma vez que apresenta elementos que não estão previstos na preceptiva desse gênero. É importante ressaltar que esse poema não sugere uma tentativa de reabilitação do gênero épico, mas como será estudado mais a fundo o poeta engendra uma nova organicidade formal, que assimila a riqueza das formas poéticas prescritas nas doutrinas antigas e as articula com os procedimentos da estética romântica, sobretudo aqueles que como as quais dialoga. Logo, é preciso iniciar-se nos usos das categorias estéticas que conferem significação e sentido aos termos românticos gênio, sublime, fragmento, entre outros, na época de Sousândrade, visto que favorecem a criação artística baseada em critérios teóricos expressivos, diferentes dos preceitos normativos das artes poéticas que regulavam a imitação nas obras dos antigos. Ressalta-se que, em Sousândrade, o emprego dessas categorias estéticas na concepção de sua obra tem papel fundamental, permitindo ao poeta a experimentação com os gêneros literários que a torna distinta da produção poética de outros poetas românticos brasileiros.