O desenvolvimento da autonomia na Licenciatura em Química e as relações com a prática curricular durante a pandemia de Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Freire, Diane Mota Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81132/tde-23092024-100923/
Resumo: Com esta pesquisa, objetivou-se compreender como ocorre o processo de desenvolvimento da autonomia de licenciandos(as), em um curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). Considerado um dos princípios formativos nas licenciaturas, o desenvolvimento da autonomia revela-se como um pilar das políticas de formação de professores e currículo. A forma como os professores posicionam-se no contexto educativo, especialmente no que se refere ao currículo, pode partir de duas perspectivas: a alienada, com uma autonomia decretada, e a crítica, com uma autonomia construída de forma coletiva. Analisa-se se a elaboração e implementação de um Projeto de Ensino de Ciências (PEC), como prática curricular na licenciatura e mediada por tecnologias digitais, tem potencial para desenvolver a autonomia, por suscitar que os licenciandos estejam em movimento e interação entre dois sistemas de atividade, assumindo diferentes papéis: na instituição do ensino superior (estudante), em atividade de estudo, e na escola de Educação Básica (estagiário) em atividade de aprendizagem profissional. Desse modo, o objetivo desta pesquisa foi compreender o processo de construção da autonomia na atividade de Licenciatura em Química , mediada por tecnologias digitais, observando as contradições e transições entre os sistemas de atividades de estudo e aprendizagem profissional, com foco na elaboração autoral, na implementação e avaliação de um PEC. Nesta pesquisa, considerou-se a concepção de autonomia como um processo dinâmico, multivocal e de construção coletiva, em que as relações são determinadas pela prática curricular, um campo de lutas políticas e disputas dentro e fora das escolas. As análises têm como fundamento teórico-metodológico a Teoria da Atividade Sócio-Histórico-Cultural (Tashc) e a Teoria Crítica de Currículo. Para isso, concebeu-se como unidade de análise o PEC desenvolvido no curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de São Paulo, Campus Capivari, constituído como um objeto parcialmente compartilhado entre as dimensões macro, meso e micro da atividade. Desta forma, analisou-se como a autonomia é regulada em documentos oficiais emitidos pelo Ministério da Educação (MEC) e pela reitoria do IFSP na dimensão macro. Para além do que os documentos expressam, pretendeu-se compreender de que forma e modo a autonomia é repercutida nas ações de docentes e licenciandos, nas dimensões meso e micro, por meio do processo de desenvolvimento e implementação do PEC, entendido como uma intervenção curricular. Para tal, a apreensão dos dados ocorreu entre outubro de 2019 e dezembro de 2021, período da pandemia de Covid-19, com participação no processo formativo de duas turmas do curso, através do ensino remoto emergencial, mediada por tecnologias digitais. Os resultados das análises possibilitaram concluir que a autonomia na formação inicial de professores de química ocorre por meio do processo de desenvolvimento curricular com base na qualidade das relações entre os sujeitos da atividade.